A família é parte integrante de todas as sociedades e é o primeiro fator socializador com o qual os indivíduos tem contato. É a partir das influências culturais da família que o indivíduo passa a definir seus princípios, padrões e valores além de receber daquela entidade familiar a sua referência de cultura. A família convencional, cuja legitimidade se dava somente por meio do casamento civil, teve de se adaptar às rápidas mudanças da sociedade contemporânea, que fizeram com que o conceito de entidade familiar se tornar amplo e flexível. Sendo assim, tornou-se comum nos depararmos com famílias nos mais variados formatos, como casais sem filhos, mães solteiras, casais homossexuais, dentre outras relações afetivas. Essas novas estruturas familiares devem-se a uma série de fatores históricos e sociais que contribuíram para que direitos democráticos como o divórcio e o reconhecimento das relações homo afetivas se consolidassem. Entretanto, apesar de tais direitos serem reconhecidos e das frequentes mudanças em nossa sociedade, ainda lidamos com preconceitos e aversões, disseminados principalmente por dogmas religiosos e que se repercutem na forma de discriminação. É preciso enxergar além dos direitos civis instaurados em relação à entidades familiares. Valores e princípios fundamentais como respeito e tolerância devem passar a existir e serem defendidos em nossa sociedade. Cabe ao governo, incentivar campanhas, debates e discussões em instituições de ensino e órgãos públicos para que haja conscientização e esclarecimento dos novos conceitos de família, e cabe a família ser imparcial e moderada na transmissão de valores e princípios aos seus mais novos integrantes, para que assim tenhamos uma sociedade conscientizada e tolerante à mudanças.