Título da redação:

Amor sem padrões

Tema de redação: Evolução do conceito de família

Redação enviada em 05/06/2015

Acompanhando o desenvolvimento da sociedade contemporânea ao longo dos séculos, as formas e normas para viver em comunidade sofreram diversas alterações, principalmente de cunho ideológico. Isto entra no âmbito familiar, sendo este o principal responsável pela formação e início da socialização dos indivíduos. Com isso, sempre existiram padrões de família tradicionais legítimos e amplamente aceitos. No entanto, a contemporaneidade trouxe consigo novas formas de organização familiar que se chocam com o conservadorismo. O centro da discussão é, principalmente, se casais homoafetivos e seus filhos adotivos constituem ou não uma família verdadeira. Muitos conservadores religiosos combatem tudo aquilo que foge do "normal", proibindo o casamento gay e deslegitimando a estabilidade da sua unidade familiar. Através da PEC sobre a "cura gay", em 2013, e do recente Estatuto da Família, o preconceito é difundido e os marginalizados continuam sem o amparo de um Estado seletivo e de conceitos arcaicos. O conceito de família não-tradicional vai muito além de uniões homoafetivas. Unidades monoparentais - mães solteiras, viúvas ou divorciadas - casais sem filhos etc: todos são fruto de uma nova realidade social na qual laços de afetividade e amor importam mais que heranças genéticas ou sexualidade, e a convivência harmônica fica acima da adoção de padrões preestabelecidos. Muitos conservadores, religiosos ou não, usam o argumento de que casais homossexuais não são capazes de reproduzir e, portanto, contribuir para o crescimento da sociedade e da PEA. Porém, a adoção de órfãos ou crianças abandonadas - por casais heterossexuais - é um ato de amor e solidariedade que não necessita seguir princípios biológicos e sociais para ser legítimo e admirável. Assim como o homem é capaz de se adaptar às mudanças da natureza, a sociedade está em constante mutação e começa pela família o processo de aceitação das diferenças. Com isso, cabe aos pais e às escolas a desconstrução de preconceitos desde a infância para com costumes e modos de vida distintos. Além disso, deve haver limites em relação à intervenção do Estado na vida privada, bem como a inserção das diversas estruturas familiares no Estatuto. "Preconceitos não terão voz".