Desde as primeiras gerações, associou-se a imagem familiar a um casal, de base patriarcal, com ao menos um filho. Porém, com importantes mudanças de paradigmas sociais, o conceito de família tornou-se menos restrito. Logo, é necessário que, aos poucos, novos conceitos sejam reafirmados e que a definição legal de família tradicional seja modificada. Tradição se conceitua como um costume que caminha de geração em geração, sendo assim, mutável e em constante adaptação relativa ao estado da sociedade na qual se está inserida. Tal prerrogativa mostra que, quando se trata de tradição, não há verdades universais, mas sim a necessidade de um novo olhar a novos costumes. Diante disso, a integração social dos diversos tipos de família deve ser promovida, a fim de desconstruir preceitos retrógrados e uniformes. Outro fator a ser visado encontra-se na atual legislação brasileira, em que o conceito de núcleo familiar se dá pela união estável entre homem e mulher, o que reforça valores heteronormativos. Desse modo, a alteração de tal conceito se mostra de extrema importância, visto que a constituição possui papel ímpar na mudança estrutural da sociedade, e todo cidadão deve ter sua liberdade, pluralidade e direitos garantidos pelo Estado. Cabe ao Poder Legislativo, portanto, promulgar uma nova lei que defina família como indivíduos que convivem por meio de um vínculo, consanguíneo ou não. Essa lei deverá passar por um plebiscito nacional, fazendo valer a democracia brasileira. Por fim, o Estado deve criar um projeto nacional, que vigore nas escolas de ensino fundamental de todo país, o qual promoverá palestras de incentivo ao conhecimento das variações familiares, bem como realizar a interação de estudantes e pais – ou responsáveis - com os vários tipos de família, desconstruindo, desde cedo, valores tradicionais que não se adaptam ao novo meio.