A sentença “Ordem e Progresso”, estampada na bandeira brasileira, é de autoria de Auguste Comte, pai da Sociologia e criador da corrente positivista. Ao observar a frase, veiculada no século XIX, pode-se iniciar um importante questionamento no período contemporâneo: os controversos avanços da ciência devem ser sempre colocados em primeiro lugar ou a ética humana, tão preocupada com um mundo justo e igualitário, deve influenciar na evolução das tecnologias? A ciência foi capaz de aumentar a expectativa de vida humana, melhorar a comunicação, difundir informações e, por meio de ferramentas da acessibilidade, proporcionar uma vida diferente para pessoas com deficiência. Essas tecnologias, porém, foram obtidas, muitas vezes, de forma desumana: os campos de concentração nazistas são os mais conhecidos exemplos de como a evolução, quando apressada, pode causar horrores de variadas e tenebrosas formas. Por outro lado, as ideias de desenvolvimento sustentável e ética surgem como opositoras ao avanço cego e arrebatador da ciência. Ora, a evolução tecnológica, mesmo que um pouco mais demorada, aliada ao respeito à natureza e ao próprio homem é essencial para a manutenção da humanização. É evidente que que o aumento na saúde da população e a elevação da expectativa de vida são importantes, porém de nada servirão se o planeta não apresentar condições necessárias para a existência humana. O progresso da ciência, portanto, deve ser influenciado pela ética. É necessária a criação de subsídios, por parte do Estado, para empresas que decidam progredir de forma sustentável, proporcionando uma diminuição significativa no avanço desordenado. Além disso, ONGs devem pressionar o poder legislativo para criação de novas leis que impeçam o uso sem autorização de qualquer espécie animal em pesquisas que possam ser danosas à cobaia, a fim de impedir atrocidades similares às que ocorreram com os prisioneiros do Regime Nazista.