Título da redação:

Progressos?

Tema de redação: O progresso: entre o científico e o moral

Redação enviada em 01/06/2016

Desde antes da descoberta do antibiótico penicilina, no início do século XX, até a utilização atual da engenharia genética, o ser humano sempre buscou meios que proporcionam maior qualidade de vida. Não há dúvidas de que o progresso científico, nos últimos anos, trouxe significativas melhorias à grande parte da população mundial. No entanto, é evidente que o progresso no campo moral não acompanha o progresso científico, o que resulta em danos ambientais e sociais. Os resultados positivos do progresso humano não se dão na esfera coletiva. Com revolução do meio técnico científico informacional os investimentos em pesquisas tornaram-se caros e, consequentemente, os produtos resultantes passaram a ter alto valor, assim eles não são acessíveis às parcelas mais pobres das sociedades. Logo, a populações marginalizadas economicamente permanece nas mesmas condições, haja vista que não conseguem se beneficiarem das melhorias conquistadas. Exemplo disso é o uso de transgênicos na agricultura, os quais foram empregados com o discurso de maior produtividade e erradicação da fome no mundo, porém uma em cada nove pessoas no mundo passam fome, segundo a organizações das Nações Unidas. Isso evidencia que o progresso científico proporciona inúmeros benefícios, mas contribui para a manutenção das desigualdades sociais. Ainda, o progresso científico é um dos grandes degradantes do meio ambiente. A grande atuação industrial, o uso incessante do espaço natural e a exploração de matérias primas para a produção são fatores que debilitam o meio ambiente, o qual pertence a coletividade e deve ser preservado, segundo a constituição de 1988. Dessa maneira o progresso científico aliado a lógica capitalista atua, na maior parte das vezes, desarticulado do progresso moral, já que aquele nem sempre se baseia nos princípios fundamentais desse, o qual visa a manutenção do meio ambiente e ao bem-estar social. Essa desarticulação provoca danos ambientais irreversíveis a curto e a longo prazo. Diante disso, para que o progresso científico não traga resultados negativos, é preciso que ocorra a valorização do progresso moral e, para tal, medidas tem de serem tomadas. É necessário que as escolas levem aos alunos aulas temáticas acerca das conquistas humanas e seus impactos desiguais. Além disso, é preciso que organizações não governamentais, aliadas a mídia, veiculem campanhas sobre o progresso, seus benefícios e malefícios e a importância da atuação social consciente. Tudo isso há de garantir, no futuro, a formação de pessoas convictas e, consequentemente, a evolução do progresso moral. Só assim as consequências negativas da evolução científica poderão ser minimizadas.