Título da redação:

Em Desenvolvimento Ad Eternum

Tema de redação: O progresso: entre o científico e o moral

Redação enviada em 14/05/2016

Deparamo-nos com situações que muitas vezes nos levam ao pessimismo de crer que a sociedade está numa decadência irrecuperável, especialmente nos chamados países em desenvolvimento, onde distúrbios como degradação ambiental, criminalidade e corrupção são endêmicos. Mas deve-se ter em mente que a sociedade não é, por natureza, imoral, mas é sim vítima de fatores que atrofiam seu progresso ético. Nações com altos índices de industrialização tendem a usufruir das matérias primas e mão de obra de países menos desenvolvidos para fomentar seu progresso. Países como o Brasil, rico em recursos naturais, muitas vezes tem suas fontes prejudicadas em prol do progresso alheio, como ocorre no Nordeste, onde, desde a colonização, plantou-se cana para exportação à exaustão do solo, e como no recente caso da empresa BHP Billiton, coautora do desastre em Mariana, MG. A tecnologia implementada por investimento estrangeiro não traz benefícios econômicos para o país e nem colabora com o seu progresso científico. Woodrow Wilson disse que “Um país é possuído e dominado pelo capital que nele foi investido”; enquanto a produção de um povo for destinada ao sustento de outros, o mercado interno não será independente para produzir as próprias tecnologias e suprir suas necessidades; haverá maior desigualdade social, privilegiando os poucos com mais acesso aos produtos disponíveis e, consequentemente, maiores serão os índices de criminalidade e corrupção. Fomento do mercado interno, ao invés de priorização da exportação, e investimentos em educação pública, como o programa brasileiro “Ciência sem Fronteiras”, são necessários para garantir um futuro de maior independência tecnológica e econômica, e assim, dirimir as desigualdades que retardam o progresso moral. Aliando progresso científico e ético, estaremos próximos de livrar-nos do rótulo de país em desenvolvimento.