Em 1997, a empresa Rolim, na Escócia, anunciou a criação do primeiro clone mamífero adulto: a ovelha Dolly. Nesse momento, passou- se a questionar até que ponto o fato do homem criar e manipular a existência dos seres vivos seria algo ético. Tal indagação ainda perdura nos dias atuais, e, sob essa perspectiva, cabe analisar o papel do capitalismo no progresso da ciência e o aspecto moral em torno disso. Primeiramente, a realização de pesquisas científicas inovadoras necessita de um altíssimo investimento monetário. Então, visando o aumento do lucro, o capitalismo atua como impulsionador dessas pesquisas, aplicando capital para a busca de novas tecnologias. Essa concepção foi defendida pelo sociólogo Auguste Comte em sua corrente de pensamento, o positivismo. Ele pregava que o progresso da sociedade era resultado das transformações possibilitadas pelas ciências. Nesse cenário, apesar dos avanços científicos gerados pela biotecnologia, ela enfrenta, constantemente, questões éticas. A genética se mostra, hoje, como a principal área de discussões bioéticas, visto que a manipulação de genes pode resultar em uma nova segregação social, além de reforçar as já existentes. Isso seria decorrente da submissão das pesquisas científicas aos interesses dos seus investidores, podendo, dessa forma, tais avanços não gerar benefícios para toda a sociedade, mas, sim, para aquela minoria que poderá pagar o valor cobrado. Fica claro, portanto, que o sistema capitalista auxilia no desenvolvimento tecnocientífico e determina quem irá usufruir desse progresso. Diante disso, é fundamental um melhor ensino sobre ciência e ética, já em escolas primárias, de formar a tornar o corpo social mais preparado moralmente perante a esse tipo de evolução. Ademais, a ONU deve determinar uma lei internacional para que as pesquisas desenvolvidas nos países condigam realmente com os preceitos definidos pela bioética, cujo descumprimento será punido por meio de pagamento de multa e suspensão da mesma. Assim, a ciência se fará mais justa.