Título da redação:

A guerra fria entre ciência e filosofia

Tema de redação: O progresso: entre o científico e o moral

Redação enviada em 22/05/2016

A crise hídrica que abalou o estado de São Paulo e parte do Sudeste em 2015 foi tema de muitos debates em fóruns e comissões, trazendo à tona uma questão que há anos nos acompanha mas que nunca teve a devida atenção. Há quanto tempo o nosso progresso está nos levando a um retrocesso? No século XVIII, Malthus postula sua teoria que afirma que a produção de alimentos cresce em progressão aritmética enquanto a população cresce em progressão geométrica. Desde então, a incerteza sobre a suficiência de alimento chama a atenção de cientistas e pesquisadores. A partir dos anos 2000, os estudos da Biotecnologia proporcionaram os alimentos transgênicos, alvos de críticas devido à incerteza de seu impacto no organismo humano. A Biotecnologia também possibilitou a produção de insulina através de bactérias, para suprir a necessidade dos diabéticos do tipo II. Essa tecnologia aumentou a oferta do hormônio e salvou milhares de enfermos pelo mundo. Entretanto, ao usarmos um organismo [as bactérias] durante todo seu período de vida e sem sua autorização, fere de forma gravíssima os princípios da Bioética, uma vez que o homem está escravizando uma vida em função de salvar a sua própria. A Síndrome de "Hungtington" é uma doença genética e sem cura que afeta um a cada cinco milhões de pessoas. Ela se manifesta sempre a partir dos quarenta anos, e o indivíduo apresenta sintomas de loucura e insanidade. Por seu caráter gênico, pode ser identificada a partir do nascimento por meio de exames. Não há moral e ética em informar a um paciente jovem que possui uma doença sem cura que se manifestará a partir dos quarenta. É como informar a alguém o dia de sua morte. Percebe-se que a ciência e seus adventos, principalmente nos últimos cinquenta anos, vêm ferindo cada vez mais a ética e moral humana, e neste momento clímax de desenvolvimento científico, questões humanas são desprezadas de forma abrupta. O governo e as grandes indústrias, que financiam estudos tecnológicos devem verificar muito bem a quais cientistas estão fornecendo recursos, e se estes respeitam os limites éticos ou colocam suas pesquisas e trabalhos acima de todo o resto.