Título da redação:

Uma nova chance.

Proposta: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 17/10/2017

A transmissão de valores cívicos e morais de pais para filhos foi preocupação presente no contexto da Antiguidade Clássica, com enfoque para o filósofo grego Aristóteles. Entretanto, hoje, muitas crianças, no decorrer do seu desenvolvimento social, crescem sem um acompanhamento familiar, em que essas encontram-se em partições para adoção a espera de um novo abrigo. Nesse contexto, a temática do processo adotivo no Brasil expõe sua conquista no que se refere em possibilitar uma nova chance a um jovem em edificar uma nova família e, também, realça seu desafio no que tange à questão do preconceito existente na deturpação do ato de "adotar" em "selecionar" por parte de alguns pretendentes. É importante pontuar, de início, que o processo adotivo no âmbito brasileiro abrange sua conquista na concretização de sonhos de casais, que não podem ter filhos biológicos, em construir uma família, bem como na chance dada a uma criança adotiva em crescer em um novo lar. De fato, desde a promulgação da Carta Magna em 1988, sobretudo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), toda criança possui o direito absoluto de viver dignamente. Nesse aspecto, a adoção no país vai ao encontro desses dispositivos legais, já que o adotado, muitas vezes, possui um passado caracterizado pela negligência de sua família biológica, pelo abandono social e até violência física e sexual. É fundamental designar, ainda, que, embora o ato de adotar alguém possa trazer consequências mutuamente positivas para os envolvidos, tal atitude, porém, é contextualizada na deturpação do verbo "adotar" pelo "selecionar". Nesse sentido, consoante dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para cada criança apta a ser adotada, existem seis adotantes. Sob esse prisma, não obstante esses dados sejam favoráveis ao processo de adoção, muitos pretendentes, ainda, buscam um fenótipo desejado: crianças com faixa etária abaixo de um ano e brancas. Na esteira dessas considerações, a questão do preconceito torna-se um dos grandes desafios a serem combatidos no que se refere a essa temática. Por conseguinte, é necessário que o Governo Federal, juntamente com os veículos de comunicações, atue iminentemente nessa problemática por meio de políticas públicas que visem a realização de campanhas socioculturais favoráveis à adoção no país, aproveitando, também, o amparato tecnológico para dinamizar os pontos positivos para a adoção. Outrossim, é imprescindível que a sociedade, nomeadamente os pretendentes ao ato de adotar, elimine o preconceito existente na "seleção" de uma criança no processo adotivo, almejando somente a um bem estar daquele indivíduo que busca um recomeço na vida. Assim, esses pequenos cidadãos poderão desfrutar de um acompanhamento familiar outrora ausente nos seus respectivos convívios sociais.