Pode-se afirmar que o processo adotivo é uma grande problemática a ser resolvida tanto pelo governo quanto pela população. Ao contrário do que ocorria antigamente, os direitos dos adotados são garantidos judicialmente. Além do mais, o preconceito da sociedade resulta na grande quantidade de infantes que vivem nos lares adotivos. Ao examinar situações do passado, verifica-se que os filhos adotivos não tinham direitos iguais aos filhos consanguíneos. No inicio do século XX, que o assunto começou a ser abordado no Código Civil Brasileiro e foi apenas em 1979 que o processo adotivo consagrou-se em lei no Brasil. Os avanços legais e sociais são importantes, mas muito recentes, o que ocasiona grandes marcas no imaginário da sociedade. Convém lembrar ainda que os direitos dos adotantes só foram garantidos com a criação do Eca, em 1990. Em busca de evitar o que acontecia no passado e garantir a integridade física do jovem são realizadas várias entrevistas para certificar-se que a família está apta para agregar um novo membro psicologicamente e economicamente, de forma a justificar a demora nos processos. Mas existe outro obstáculo a ser vencido. A maioria das crianças aptas a adoção possuem um perfil que não é desejado pela maioria dos pais: negras, com uma grande quantidade de irmãos e idade avançada. Uma situação antagônica, que teve grande impacto na mídia, foi à adoção de uma menina de origem africana por Bruno Gagliasso e sua esposa. Em virtude do que foi mencionado é importante que a sociedade se conscientize e se solidarize com a realidade dessas crianças que já passaram por situações muito difíceis e não merecem sofrer exclusão. É preciso intensificar as campanhas de adoção tardia e sem escolha étnica, pois a realidade brasileira é constituída de uma ampla miscigenação e de orfanatos lotados.