Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 27/07/2016

Desde a Colônia até o Império, era recorrente se ter filhos de terceiros, os chamados – filhos de criação – nas casas de pessoas abastadas, porém essa situação não era formalizada e o intuito era de se obter mão de obra gratuita como também era uma forma de os donos da casa prestarem auxílio aos mais necessitados como pregava a Igreja. Com o passar do tempo essa relação foi se modificando, de uma maneira que os adotandos conseguiram, através da criação de leis, assegurarem direitos e deveres, entretanto há muitas crianças e adolescentes ainda na fila de adoção e muitos desses casos poderia ser evitado com prevenção. É preciso, antes de tudo, destacar que das 5,6 mil crianças que aguardam pela adoção no Brasil, muitas estão ali pela irresponsabilidade de seus progenitores. São, por vezes, jovens imaturos que praticam o ato sexual sem o uso de anticoncepcionais e acabam engravidando, em sua maioria, sem recursos financeiros o suficiente para si e muito menos para a criança que há de vir. Com isso, esses futuros pais tendem a negligenciar esse menor, em muitos casos, chegam a abandoná-lo e até violenta-lo, física e/ou sexualmente. Assim, essas famílias perdem a guarda desses menores e eles vão parar na fila de adoção, mas para conseguirem o direito de serem adotandos foi preciso anos e mais anos. No início, conforme a legislação, os adotantes não podiam ter filhos naturais ou reconhecidos, isso porque o que estava em voga, na verdade, era o fato de suprir a vontade de pessoas inférteis e não proteger a criança e garantir seu direito de ser criada em uma família. Além disso, os vínculos consanguíneos dos filhos adotivos permaneciam com os pais biológicos, excluindo-os, assim, de certos direitos; só depois de 61 anos, os adotandos passam a ter os mesmos direitos do filho legítimo e ademais, o poder público passa a supervisionar os processos de adoção, é a primeira vez que prevalece o interesse do menor, reforçado com o ECA. Contudo, muitas crianças ainda são rejeitadas, devido a um preconceito velado existente em nossa sociedade, ora por causa do perfil do adotando, ora por causa do perfil do adotante. Quanto ao primeiro caso, há uma seleção de cor e idade, a cor preferida é a branca, é tanto que 26% dos pais adotivos só aceitam crianças dessa etnia, da mesma forma é a questão da idade, em que a preferência se dá aos mais novos, com menos de um ano de idade, prova disso é que se tem 87% de crianças com mais de 5 anos e apenas 11% dos interessados em adoção que os queiram. Quanto ao segundo caso, é que mesmo tendo um número enorme de adotandos, muitas das vezes, é negada a adoção à algumas pessoas, somente por causa da discriminação que persiste entre vários brasileiros, que são os homossexuais. Verifica-se, portanto, que a melhor maneira para reduzir as filas de adoção é por meio da prevenção e que embora tenhamos conseguido grandes conquistas, precisamos agora de vencer o preconceito. Assim, é preciso que os pais conversem com seus filhos a respeito da relação sexual, alertando-os sobre a gravidez precoce, como também devem ensiná-los desde cedo a serem pessoas mais tolerantes, para pôr fim ao preconceito racial, sexual e todas as suas formas. Já a mídia, cabe o alerta sobre o uso de camisinha, assim como, sobre a adoção de crianças, principalmente aquelas mais rejeitadas, por meio de propagandas e novelas. Pois, embora existam os orfanatos, ofertando alimento, abrigo e estudos para esses menores, o essencial os falta, o verdadeiro amor e este só os pais podem oferecer.