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Redação sem título.

Proposta: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 08/07/2016

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), embora o Brasil conte, atualmente, com 5,6 milhões de crianças para adoção, a maioria destas não se encaixa no perfil desejado por mais de 30 mil cidadãos. Esse lamentável impasse é fruto de uma cultura seletiva, excludente e, muitas vezes, baseada no preconceito. Tendo em vista as graves consequências desse quadro, medidas para alterar esse cenário devem ser apresentadas. Primeiramente, deve-se considerar os avanços já alcançados com relação ao processo de adoção no Brasil. Nesse sentido, destaca-se um aumento de 6% no número de pessoas interessadas em acolher crianças ou jovens de qualquer perfil, de acordo com o CNJ. Essa grande conquista, entretanto, ainda contrasta com uma triste realidade, em que a adoção no país se baseia em critérios de seleção. Assim, uma grande parcela social ainda opta pela escolha de menores de no máximo 5 anos de idade,pois acreditam que assim o processo de criação é facilitado. Dessa forma, haja vista que cerca de 87,52% das crianças nesses locais tem mais de 5 anos, instaura-se um problema social de abandono e de discriminação com sérios efeitos sociais. Em segundo lugar, a questão racial também contribui para esse desequilíbrio social. Isso pode ser afirmado, pois muitas pessoas, em virtude de uma cultura racista e excludente, apenas se dispõem a acolher crianças brancas, que representam apenas 30 % do total , segundo dados do CNJ. Com isso, explica-se o altíssimo número de pessoas abandonadas ao mesmo tempo em que há um grande percentual de adotantes. Com consequência desse triste cenário, muitos menores que são rejeitados sofrem um processo traumático que comumente ocasiona a fuga dos locais de abrigo e a sua inserção nas ruas. A partir disso, totalmente desamparados, essas crianças acabam por se envolver em meios ilícitos,como a prostituição, o tráfico e o crime. Esse processo afasta essas pessoas de uma vida digna e de qualidade, além de representar uma ameaça à segurança de toda a população. Dessa maneira, medidas para evitar esse processo de marginalização precisam ser executadas. Portanto, cabe às ONG's, em palestras e reuniões, e à mídia, em novelas e documentários, retratarem a importância de uma mudança na cultura de adoção no país, que passe a ver essa ação como um ato de amor e de solidariedade, ao invés de ser mais um instrumento de diferenciação e exclusão entre os cidadãos. Ademais, cabe ao governo federal disponibilizar mais mais recursos para a contratação de psicólogos que, através de um tratamento especializado, derrubem antigos preconceitos dos adotantes e incentivem a adoção mesmo daqueles que estão fora dos padrões pré estabelecidos.