Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 28/06/2016

O dilema do processo adotivo brasileiro consiste no fato de que ao mesmo tempo em que o numero de adotantes é seis vezes maior que o de crianças para adoção, boa parte dessas crianças não ganham um lar. Esse dado é justificado devido às grandes exigências, relacionadas à cor, idade, sexo e histórico dos pais biológicos, por parte dos candidatos. As preferencias dos adotantes acabam funcionando como um filtro, que nesse caso retém boa parte das crianças e jovens adotáveis. De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, grande parte dos adotantes querem crianças brancas, do sexo feminino, saudáveis e ainda recém-nascidos, exigências essas que cobrem muito menos da metade do numero de indivíduos para adoção. Outra dificuldade encontrada é o preconceito relacionado à adoção homoafetiva. É muito difícil no Brasil um casal homossexual conseguir legalmente o direito de adoção e essa dificuldade foi potencializada no recente evento no qual a Câmara aprovou o Estatuto da Família, projeto de lei que define família como a união estável entre homem e mulher, excluindo, portanto, a grande massa que é o publico LGBT. Porém, mesmo enfrentando várias dificuldades o processo adotivo brasileiro já obteve algumas conquistas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, houve um aumento no número de pessoas dispostas a adotar uma criança de qualquer perfil. Outra conquista ocorreu em 2015 quando o Supremo Tribunal Federal reconheceu, pela primeira vez, o direito de um casal homossexual de adotar uma criança. Em virtude dos fatos mencionados conclui-se que o perfil desejado pelos adotantes e o preconceito são os grandes vilões do processo adotivo. Portanto, e imprescindível que o governo crie campanhas incentivando a adoção de indivíduos de qualquer perfil, que facilitem a adoção homoafetiva, uma vez que a comunidade LGBT compõe uma grande parte da sociedade. E necessário também a elaboração de projetos que trabalham psicologicamente visando acabar com preconceito sobre os adotantes e os adotados, visto que a maioria das crianças são pardas ou negras e ainda com mais de 5 anos. Vivemos em uma época que muito mais liberal e menos preconceituosa que a sociedade uma um século atrás, porem ainda sim se carrega traços arcaicos que afetam negativamente na construção da atual sociedade. Como dizia o psicólogo e escrito Luiz Gasparetto, “A verdadeira família é aquela unida pelo espírito e não pelo sangue.”.