São notáveis os avanços ocorridos na adoção de crianças brasileiras, raça e idade são cada vez menos, um empecilho; no entanto, os preconceitos ainda cercam o ato de adotar. Tal fato, faz com que o contraste entre o número de casais querendo uma criança e o de filhos querendo pais, seja destoante nas estatísticas. É válido destacar que, no filme Sonho possível que estreou em 2009, um casal de branco de classe alta adotou à um jovem, negro e de origem pobre; enfrentando preconceitos de amigos da família e da sociedade. Indubitavelmente, essa é uma cena que não pode ser presenciada fora dos cinemas no Brasil, pois, a maioria das crianças nas filas de espera de adoção, são negras ou com idade acima da pretendida pelo casal. É evidente, que isso representa preconceitos ainda arraigados na sociedade brasileira, e relata a falta de sensibilidade com crianças rejeitadas seguidas vezes, só por não pertencerem ao padrão. Nesse sentido, é importante dar destaque o psicológico das crianças que estão em uma fila de adoção, afinal, isso resulta em um problema de saúde pública. Pois, segundo a psicologa Daniella Freixo, filhos sem o apoio dos pais ou com a ausência deles, se tornam mais temerosas, e menos confiantes em suas decisões na vida adulta, e é à isso que eles são expostos em orfanatos. E é em função disso, que as filas de espera tem que ser reduzidas com tanta urgência quanto as de outras áreas, como a de doação de órgãos. Portanto, fica claro que apesar das evoluções, muito deve ser feito para melhorar as condições de adoção e das crianças que esperam por ela. Para isso, é fundamental que o Ministério da Saúde, financie comerciais educativos que busquem atingir à casais que queiram adotar, conscientizando a cerca de preconceitos em relação a preconceitos sociais e culturais quanto à isso. Dessa forma, tais crianças terão um acesso melhor ao desenvolvimento em todas as áreas de sua vida.