Com a criação de programas de conscientização e incentivo, vários casais e indivíduos brasileiros despertaram o interesse pela adoção. Embora essa atitude tenha sido satisfatória e tenha reduzido o número de crianças em abrigos e orfanatos, por outro lado, alguns jovens são “escanteados” por não se enquadrarem dentre os perfis solicitados pelos adotantes. Dentre a seletividade, um dos motivos que impedem que o número de crianças disponíveis para adoção seja proporcional ao quantitativo de adotantes, é a preferência por recém nascidos ou menos de cinco anos. Essa preferência faz com que a quantidade de jovens que procuram lar, não sofra um decaimento considerado, tendo em vista que quanto mais anos se passem, mais chance receberem uma família diminui. Outro fator relevante é o que diz respeito à etnia. Crianças brancas no cenário atual, estão mais sujeitas à adoção; pois, por motivos muitas vezes, preconceituosos, casais se recusam ou não optam pela adoção de crianças negras. Essa falta de atitude está, na maioria das vezes, associados ao ideal de exclusão que vem sendo propagado desde o tempo da escravidão, e com isso, várias crianças e adolescente são discriminados e não podem ter acesso ao direito de ter um lar. Dessa forma, existe a necessidade de manutenção desses programas que estimulam à adoção. Todavia, também cabe ao ministério da educação, direitos humanos e igualdade racial promoverem palestras e disponibilizarem pessoas que, durante o processo de escolha para adoção, possam conscientizar sobre a importância de oferecer um lar para cada criança e mostrar a exclusão seletiva que cada uma sofre. Tudo isso afim de mobilizar as práticas de adoção e quebram a idealização dos perfis existentes.