Há menos de um mês comemorou-se o Dia Nacional da Adoção. Os vários eventos realizados, por todo o país, para marcar o dia deram ênfase a adoção tardia. Mesmo com os avanços da legislação brasileira, as estatísticas mostram o preconceito como maior impasse para a diminuição dos elevados números de crianças e adolescentes nos abrigos. O Brasil apresentou avanços para a melhoria e agilidade nos processos de adoção com a aprovação da Lei 12.010/09 aprovada em 2009,conhecida como Nova Lei da Adoção. Outro marco importante foi a criação do Cadastro Nacional da Adoção (CNA) e a obrigatoriedade de os adotantes se prepararem por meio de cursos para serem habilitados ao processo. Entretanto a falta de equipes técnicas e de juízes, em muitas comarcas, acaba prejudicando e a espera da família e do adotado geralmente ultrapassa o tempo que a lei determina. Além disso um fator que é um grande entrave é o perfil exigido por parte dos adotantes. Grande parte das famílias quer bebês da cor branca e segundo os dados apenas 6% das crianças têm menos de um ano de idade e quase 70% são negras. Portanto esse é um sistema que necessita, com urgência, ser melhorado. É preciso o investimento do governo, aumentando o quadro de equipe técnica e fomentar ainda mais campanhas a fim de divulgar a adoção sem fronteiras, isto é, sem exigência de perfil, sejam elas, negras, mais velhas ou com necessidades especiais.