Muito se tem discutido recentemente, acerca do processo adotivo no Brasil. Com isso, percebe-se que esse apresenta vários impasses que necessitam de uma resolução. Hoje, o país conta com cerca de 7200 crianças para a adoção de acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, às quais, foram retiradas de setores vulneráveis da sociedade, para poderem ter uma nova oportunidade para o seu desenvolvimento físico, pedagógico, emocional e social. Todavia, às exigências dos futuros pais pelas características da criança e a demora dos processos legais, são fatos que impedem a rápida adoção . A adoção é um ato de amor que ultrapassa barreiras biológicas, raciais e de idade. Contudo, se vê que o perfil da criança a ser adotada importa muito até pouco tempo atrás, pois a maior parte dos futuros pais faziam exigências de aceitarem somente crianças brancas e com até um ano de idade, justificando que queriam poder participar de todas as fases da vida dos seus filhos , além de realçar o grande preconceito racial existente no Brasil. No entanto, atualmente, devido a diversas campanhas visando a mudança de mentalidade dos pais , segundo o CNA esse número passou de 31% em 2010 para 38% em 2017,que se dizem indiferentes à cor da pele , e apenas 16% dos pretendente ainda exigem às crianças menores de um ano, números que progressivamente têm auxiliado jovens a mudarem suas vidas. Ainda dentro desse cenário, outro ponto que merece ser destacado é a demora da justiça nos julgamentos dos processos de adoção, o que acaba em muitos casos culminado na desistência dos pretendentes pela criança. De acordo com o CNA , o tempo médio de espera para a adoção é de mais ou menos dois anos pois, o sistema tem carência de profissionais além de receber pouco investimento. Assim, esse tempo fez com que muitas crianças ultrapassassem a idade exigida pelos futuros pais, fazendo com que eles desistam da adoção. Apesar disso, para auxiliar nos processos burocráticos, o país em 2008 criou a vara da Infância como uma maneira para simplificar o processo. Torna-se evidente portanto, que é necessário uma ação do Estado juntamente com as mídias publicitárias como televisão, rádios e jornais para que façam campanhas que incentivem a adoção sem restrições, pois o ato de adotar é um gesto de amor e solidariedade. Além disso , é fundamental que o governo faça investimentos na área da adoção e empregue mais profissionais como psicólogos e assistentes sociais, como também cumprir com um maior respeito o prazo de 210 dias para a adoção que é estabelecido por lei. Para que assim seja possível assegurar uma nova possibilidade de mudança de vida para essas crianças.