Na novela “Totalmente Demais” exibida na rede globo, a protagonista Carolina enfrenta o drama de adotar uma criança portadora do vírus HIV. Fora da ficção, essa questão ainda é muito discutida no país. Apesar da adoção ter aumentado nos últimos tempos, ainda é notório a exigência de perfil pelos adotantes, sendo necessária medidas para reverter esse quadro. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, o número de adoções cresceu 30% no Brasil. No entanto, crianças portadoras de alguma deficiência, ou as que são consideradas “velhas” para a adoção, estão, na maioria dos casos, fora do perfil exigido pelo adotante. Onde outrora a questão racial era o maior obstáculo para o processo, hoje a questão da idade é a mais preocupante. Entre os que estão dispostos a adotar, somente 25% admite que adotaria crianças acima de 4 anos. Ademais, a morosidade nos processos de adoção contribui para a desistência dos adotantes, e para a desesperança das crianças e adolescentes dentro dos abrigos, que se sentem cada vez mais distantes da realidade de pertencer a uma família verdadeira. No Brasil, a destituição de poder familiar pode chegar até 5 anos, o que na realidade deveria durar até 4 meses. Isso mostra o quanto o país necessita progredir com relação ao processo de adoção. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. O governo Federal, em parceria com a mídia, deve criar campanhas de incentivo a adoção, principalmente de crianças que não “se encaixam” no perfil exigido. Além disso, o Conselho Nacional da Justiça deve tomar medidas para acelerar o processo de adoção no Brasil.