Para se entender o processo adotivo no Brasil é preciso compreender seus desafios. O fato de haver mais pais querendo adotar do que crianças que precisam de adoção mostra um sério problema no país. É necessário implementar ações para mudar esse quadro. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça existem mais de três mil pais querendo adotar e apenas 5,6 mil crianças aptas a adoção. O porquê disso é que a grande maioria dos pais prefere crianças abaixo de um ano de idade, que são a minoria nas filas para serem adotadas. A questão racial também interfere no processo, pois alguns dos futuros pais adotivos preferem crianças brancas, que equivalem a menos de 40% do total de crianças nas casas de adoção. Por causa desse impasse existente no Brasil, muitas crianças acabam nunca sendo adotadas. De acordo com a lei, quando completam 18 anos, os jovens são obrigados a sair dos orfanatos e geralmente vão parar nas ruas. Devido a isso, uma parcela desses jovens acaba entrando para o mundo das drogas e da criminalidade. Consequentemente, a taxa de violência no Brasil aumenta o que não é nada vantajoso para o país. Dessa forma, é necessário reverter esse quadro. As casas de adoção devem sempre incentivar à adoção tardia, que é a recepção de crianças mais velhas, realizando campanhas e eventos de conscientização. Os pais que irão adotar precisam acabar com seus preconceitos e não focar apenas em crianças menores de um ano e brancas. O governo também deve agir, criando políticas que ajudem quem não foi adotado e já completou 18 anos, garantindo educação e empregos para que não caiam na marginalidade.