Está previsto na Carta Magna que toda criança têm o direito da convivência familiar. No entanto, esse direito fundamental da dignidade da pessoa humana é desrespeitado quando se encontra no Brasil burocracias no sistema de adoção, que geram grandes filas de espera e orfanatos cheios. Nesse sentido, é imprescindível que se desconstrua esse atual quadro por meio de uma maior intervenção do Poder Público e pela maior flexibilização do pensamento dos futuros pais adotivos. Em uma primeira análise, observa-se um sistema de gestão pública de adoção ineficiente, uma vez que a durabilidade desse processo ultrapassa seus limites impostos por lei. Essa motivação pode ser explicada pela alta demanda de crianças que não corresponde ao número de profissionais encarregados de gerir todo o processo de adoção. Assim, muitas crianças envelhecem aguardando uma família para ser adotada, que segundo dados de pesquisas essas famílias preferem crianças de 1 a 5 anos de idade. Desse modo, torna-se indubitável a resolução desse panoarama. Outrossim, vale ressaltar que a idealização das pessoas por determinados perfis de crianças dificulta o andamento do sistema de adoção e, por consequência muitas crianças permanecem sem lares afetivos. Essa relação explica-se muitas vezes com a natureza infértil de casais, que por esse motivo procuram bebês ou crianças de até 5 anos para adotar. Além disso, o objetivo da Vara da Infância é a adoção de irmãos juntos, porém o índice desse tipo de adoção é baixo e quando acontece essas crianças já passaram anos no orfanato. Logo aponta-se para a superação dessa conjuntura. Percebe-se, portanto, que a ausência do Poder Público e a cultura de pensamentos consubstanciam esse transtorno. Com isso, o Poder Executivo sob forma dos Estados deve direcionar para as Varas da Infância verbas para a contratação de profissionais necessários com o objetivo de diminuir o tempo do processo de adoção. Concomitantemente, o Poder Judiciário por meio da mídia deve promover publicidades que foquem no laço afeitivo, amor e carinho para que as pessoas se conscientizem do verdadeiro conceito de família. Nessa perspectiva, no decorrer dos anos, essa problemática diminuirá no Brasil.