Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 25/09/2016

A adoção no Brasil é o retrato de uma contradição social. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o número de adotantes que não se importam com a etnia da criança passou de 31% para 37% em apenas dois anos. Contudo mais de 26% dos pretendentes demonstram abertamente seu preconceito ao declararem que só aceitariam uma criança branca. Nesse âmbito, observa-se que as barreiras para um pleno funcionamento do processo adotivo decorrem de raízes históricas e ideológicas. É notório que os brasileiros ainda não se desvincularam das amarras da sociedade racista e preconceituosa, tendo em vista a permanência do estranhamento as conformações familiares com pessoas de origens distintas. Nesse sentido, núcleos de adotantes buscam por características de maior aceitação popular, como o tom de pele claro e traços mais finos semelhantes ao europeu. Entretanto, tais preferências resultam em uma situação de oferta e procura desigual e seletiva. Prova disso é vista ao observar a fila de espera de jovens para serem adotados permanecer longa por mais que, de acordo com balanços recentes, a lista de adotantes seja maior que o quíntuplo das crianças que esperam. Ademais, é importante salientar também o peso ideológico agregado á adoção de crianças com históricos de pais violentos e com algum tipo de vício. Nesse viés, o receio em ter que lidar com o passado da criança constitui um impasse à sua adoção, principalmente, porque grande parte desse receio tem origem em proposições de senso comum que entendem os problemas dos pais biológicos como determinantes do comportamento da criança adotada. Além disso, quando decidem adotar, as famílias preferem os que ainda são bebês para evitar crianças com ligações com os pais biológicos . Infelizmente, a realidade vai de encontro a essa vontade posto que quase 90% das crianças têm mais de 5 anos e que por isso acabam permanecendo até atingir a maioridade. Pode-se perceber, portanto, a necessidade de mudanças no modo de pensar dos brasileiros para que todos sejam comtemplados com os benefícios da adoção. Num primeiro momento, faz-se necessário o estabelecimento de novas regras de adoção pelo CNJ a fim de proibir a rejeição por motivos étnicos. Além disso, a longo prazo é preciso que haja uma associação de ONGs é o Estado para elaboração de campanhas e propagandas com intuído de reduzir a visão preconceituosa da sociedade brasileira.