Recentemente, observamos um problema grave na sociedade brasileira: a quantidade de crianças abandonadas. Tal realidade faz emergir questões importantes sobre a adoção. Percebe-se, no Brasil, que o processo adotivo é dificultado por diversos fatores, gerando consequências para essas crianças e para a sociedade. De fato, são muitos os obstáculos encontrados para que os infantes tenham uma vida digna com uma família. Nota-se que existe um padrão de criança desejado pela maioria dos pais, os quais preferem bebês de pele clara. Porém, mais da metade dos jovens aptos à adoção já possuem mais de 10 anos e são pretos ou pardos. Além disso, o sistema brasileiro é altamente falho, pois a maior parte dos menores abrigados não consta no Cadastro Nacional de Adoção, ou seja, não podem ser adotados. Ademais, as barreiras mencionadas podem causar diversos prejuízos sociais. Essas crianças acabam crescendo sem apoio, assistência e educação adequados, tornando-as vulneráveis perante à sociedade. Dessa forma, sem perspectivas positivas sobre a vida, estes podem entrar mais facilmente no mundo do crime, da violência, criando as condições para perpetuação dessa realidade. Portanto, ficam evidentes as dificuldades da adoção no Brasil. Assim, para mudar essa situação, o governo deve tornar o sistema mais eficiente em sua legislação e fiscalização, como também deve incentivar, através de campanhas e palestras, a adoção de crianças mais velhas sem distinção de etnia. Outra medida é a atuação da mídia e de organizações não-governamentais, visando a conscientização da população.