Título da redação:

Realidade brasileira sobre adoção: ideal x real

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 26/06/2016

O tema da adoção no Brasil é um desafio de enormes dimensões, como comprova a análise dos dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA). Existem hoje cerca de 5.500 crianças em condições de serem adotadas e quase 30 mil famílias na lista de espera do CNA. O Brasil tem 44 mil crianças e adolescentes atualmente vivendo em abrigos. Se há tantas pessoas dispostas a acolher uma criança sem família, por que o número de meninas e meninos do cadastro não para de crescer? A resposta está na discrepância que existe entre o perfil da maioria das crianças do cadastro e o perfil de filho, ou filha, imaginado pelos que aguardam na fila da adoção. Incompatibilidade difícil de ser suplantada é, na verdade, o fato de que apenas um em cada quatro pretendentes admite adotar crianças com quatro anos ou mais. Por isso, cada dia que passam nos abrigos afasta as crianças ainda mais da chance de encontrar um novo lar. Outro fator que costuma ser sério entrave à saída de crianças e adolescentes das instituições de acolhimento é a baixa disposição dos pretendentes para adotar mais de uma criança ao mesmo tempo, ou para receber irmãos. Mais de 70% das crianças na fila de adoção têm irmão, conforme o CNCA. Na prática, caso o pretendente não tenha preferências de sexo ou idade e aceitar grupo de irmãos a adoção seria mais célere. Porém, essas escolhas devem ser conforme a disponibilidade afetiva. Ademais, é necessário que os órgãos competentes desenvolvam ações com grupos de apoio técnico-profissional para flexibilizar as expectativas dos pretendentes visando sobretudo o bem-estar das crianças e fomente a mudança no quadro de adoção brasileira.