Adotar significa receber alguém como filho mediante ato jurídico, garantindo os mesmos direitos de um filho biológico. O processo adotivo no Brasil segue algumas regras básicas, é demorado e precisa enfrentar inúmeros obstáculos para que seja considerado um processo de progresso na vida das crianças que vivem em orfanatos. As crianças e adolescentes disponíveis para adoção, geralmente, vêm de uma classe da sociedade mais vulnerável em que são resgatadas de situações de negligência, abandono, violência física ou sexual. Estima-se que há seis mil crianças esperando por uma adoção no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Apesar das recentes conquistas do processo adotivo no Brasil, como a permissão para que casais homoafetivos pudessem adotar e o aumento no índice de interessados em adotar, sendo seis pessoas ou famílias para uma criança na fila de espera, é crescente o número de crianças nos orfanatos, uma vez que, o perfil de crianças almejado pelos adotantes não são encontrados com grande frequência. Os perfis mais requisitados são os de crianças até cinco anos, bebês e com a cor de pele branca. Todavia os dados do CNJ apontam que 67,8% das crianças não são brancas e 87,42% das crianças têm mais de cinco anos. Conclui-se que, o maior entrave do processo adotivo no Brasil são os adotantes, faz-se necessário que o CNJ, em conjunto com o Estatuto da Criança e do Adolescente, promovam reuniões com os interessados em adotar, incentivando a adoção tardia e quebrando o tabu do perfil da criança perfeita. A mídia e a escola devem promover debates sobre o assunto, mostrando que é possível estabelecer uma relação de amor e respeito entre adotante e adotado. O governo deve ainda assistir os jovens que sairão dos orfanatos ao atingir a maior idade, garantindo a eles um rumo que não seja o das ruas, através da criação de programas que garantam uma qualificação ao jovem e um auxilio para moradia e sustento.