A adoção é o princípio de um ato incrível que envolve responsabilidade, cuidado e proteção de pessoas, que apesar de não serem biológicas de uma família, são tratadas como tal. Por isso, para muitas crianças e adolescentes, é emocionante se enquadrar em um meio familiar e, por meio dele, ter novas perspectivas de vida. Entretanto, apesar das conquistas evidenciadas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ainda existem muitos impasses a serem superados nesse processo, que impedem a prática da adoção eficiente. A quantidade de famílias interessada nas adoções, em números, não é pequena. Ela supera a quantidade de crianças disponíveis em seis vezes, segundo o Conselho Nacional da Justiça (CNJ). Tais fatos são animadores quando são analisadas as doações no Brasil. Porém, um dos principais desafios é a questão preferencial desse público, pois cada adotando possui suas “exigências” para efetivarem a adoção. Sabe-se que a maioria opta por crianças de até um ano de idade e que sejam brancas. Por consequência disso, uma porção considerável não é contemplada, visto que, 87,42% apresentam mais de cinco anos de idade. Como já citado, a questão racial nesse processo é importante ser discutida. É notável que as pessoas disponíveis para adoção estão nessas condições devido um histórico de abandono ou condição financeira não favorável e, muitas vezes, de violência, sofridos majoritariamente pelas populações negra ou parda. Durante toda a história do Brasil, foram elas quem estiveram suscetíveis a esses eventos, além de preconceitos, que ainda é recorrente até nos sistemas de adoção. Ademais, sofrem também os deficientes físicos. Isso deve ser superado pelas famílias: cada criança merece um lar e se todos se dispusessem a deixar seus preconceitos, as vantagens, tanto para o adotando, quanto para o adotante, seriam evidentes. Outro fato marcante é a limitação do público adotando. Seria importante incluir as adoções por grupos LGBT, que podem aumentar significativamente o número de pessoas interessadas, e ainda, teriam direitos, como este, garantidos. Portanto, as conquistas nos processos adotivos, apesar de evidentes, são ofuscadas por muitos desafios. Para melhor fluir a adoção, é necessário melhor adesão as elas e, portanto, expansão do público adotando para que cresçam em números, tanto a adoção de brancos, negros, pardos ou deficientes físicos. Também é interessante o incentivo com campanhas e propagandas pelo Governo Federal, além de atitudes como a agilidade nos processos já abertos.