Título da redação:

O paradigma adotivo no Brasil

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 20/06/2016

Desde a antiguidade Grega a adoção de menores vem sendo uma manifestação social, a qual, tornou-se notória especificamente na Era Napoleônica em 1804. Similarmente, o Estado brasileiro reconhece o ato como forma de proteção e preocupação com o bem-estar da criança e adolescente. Todavia, é válido analisar as implicações do processo adotivo nacional em âmbito sociocultural, pelo preconceito, e jurídico, pela morosidade burocrática. Precipuamente, a maioria dos infantes não condizem com o perfil almejado, seja devido ao fenótipo, seja devido a faixa etária. Albert Einstein afirmava que é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito. Analogicamente ao cientista, percebe-se que as especificações físicas tornam-se uma problemática no meio adotivo, visto que o biótipo desejado- crianças brancas e menores de um ano- compõem somente 6% dos abrigos, em contrapartida com os 87% maiores de cinco anos e negros. Ademais, o processo adotivo no Brasil é carente tanto nos aspectos relacionados à agilidade, quanto na prioridade judicial. Embora Weber, sociólogo alemão, atribuísse um teor positivo a burocracia, dizendo ser ela a forma administrativa mais plena do governo, tal prerrogativa não convém com a realidade do Brasil. Pelo contrário, após o ingresso na fila de espera inúmeros casais aguardam por anos, o que faz com que as crianças envelheçam e, provavelmente, percam sua oportunidade de serem adotadas. Uma consequência disto, manifesta-se, por exemplo, nos orfanatos superlotados como o Lar Maria João de Deus, na Zona Norte de Teresina, o qual, corre risco de não receber mais infantes. Dessa forma, é coerente afirmar que a segregação etária e racial somada à burocracia são os principais retardadores do processo adotivo. Para isso, é preciso que o Poder Judiciário agilize os pedidos relacionados à temática, fazendo com que estes sejam tratados com maior importância. Assim como, o Governo Federal, junto as emissoras televisivas abertas, deve criar campanhas incentivando a adoção tardia. Logo, o princípio dos gregos há de ser concretizado de forma efetiva na conjuntura atual.