A primeira revolução industrial do século XVIII na Europa trouxe como consequência os primeiros indícios de divisão da população, onde já era notável o abandono de menores em meio às ruas pelo modo de produção desenfreado das indústrias. Da mesma forma, os fatores sociais desencadeadores do abandono de crianças os quais levam a necessidade do processo adotivo tem sido motivo de discussão entre educadores em âmbito nacional, em virtude da caraterização ampla do conceito de família, apesar de ainda haver o racismo. A estrutura familiar é a base para construção do cidadão além de sua formação. De acordo com Rousseau, filósofo suíço do século XVIII, a instrução da criança seria o ofício no qual é necessário saber perder tempo, a fim de ganha-lo. De maneira análoga, a caraterização do conceito familiar de forma ampla garantiu possibilidades de maiores adoções no país as quais irão ajustar a segurança emocional para o desenvolvimento futuro, haja vista que devem ser garantidos os diretos humanos das crianças como amor, segurança e habitação. Assim, o Estado deve fazer valer esses direitos inclusive punir formas preconceito ou impossibilidade da felicidade desses indivíduos. Entretanto, é indubitável que a busca pelo estereótipo ideal da criança para adoção ocasiona o prolongamento dos métodos adotivos no Brasil. Segundo Karl Marx, a sociedade poderia ser dividida em duas camadas sociais: os burgueses detentores dos meios de produção e o proletariado. De modo análogo, essa destinação de classes sociais persiste também no atual contexto brasileiro o qual não só leva a desigualdade social, como também ao abandono maior de menores pela incapacidade socioeconômica, por conseguinte, as condições precárias favorecem envolvimento desses pais ora com drogas, ora o convívio com a violência. Isso evidencia o preconceito na metodologia de acolhimento já que há a associação do quadro social com o comportamental desses menores. Diante das conquistas e desafios, portando, o Governo Federal deve fornecer um processo adotivo de maneira mais ágil, avaliando realmente o desejo da criança além de coibir atos racistas. Já terceiro setor – composto por associações que buscam se organizar para conseguir melhorias na sociedade – deve orientar os pais acerca da importância da reabilitação gradual dessas crianças, assim como alertar sobre possíveis sequelas. Para efetivar essas ações, as escolas precisam orientar seus alunos do ensino fundamental sobre da relevância da constituição de família no seguimento educacional. Assim, com essas ações, os desafios da adoção no Brasil serão vencidos de forma a configurar o bem-estar das crianças.