Título da redação:

Amor sem lar

Tema de redação: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 26/06/2016

O processo adotivo no Brasil permanece as linhas da burocracia exacerbada, levando em conta o longo período de espera para uma criança encontrar seu verdadeiro lar. As famílias querem adotar, mas a lei não está a seu favor, apesar de ainda existir certa seletividade por elas. Porém é falsa a crença comum de que o maior obstáculo às adoções no Brasil é a questão racial. O Estatuto da Criança prevê quatro meses para que decisões envolvendo adoções sejam tomadas, mas alguns casos levam mais de um ano, podendo chegar até quatro anos. As novas regras do CNJ (Conselho Nacional de Justiça)- juiz que demorar a decidir sobre o caso será investigado- reforçam esse prazo. O objetivo é evitar que as crianças fiquem nos abrigos indefinidamente, sem um vínculo familiar. Sendo que atualmente cerca de 30 mil famílias estão cadastradas na lista de espera do CNA (Cadastro Nacional de Adoção ). É de mês em mês que um dado desanimador cresce no Brasil: a quantidade de crianças e adolescentes vivendo em abrigos, após o afastamento do convívio familiar. Em maio do ano passado, quando os dados passaram a ser inspecionados pelo Conselho Nacional de Justiça, eram 30,5 mil. Em agosto de 2011 somavam 33 mil casos e atualmente são 37.240 meninos e meninas que estão sem família. A análise dos perfis do CNA corrobora que a questão racial não é o maior fator a tornar o processo adotivo no Brasil, algo desalento. Cerca de um terço (32,36%) dos pretendentes só aceitas crianças brancas, que representam exatamente três em cada dez das cadastradas. Por esse viés, portanto, não existiriam dificuldades. Até porque quase 100% das famílias se dispõem a acolher crianças negras ou pardas, que são duas em cada três do cadastro. Além disso, nada menos que 38,72% se declaram indiferentes em relação à raça do futuro filho ou filha. Além do peso psicológico para as crianças e adolescentes, a família que decidi adotar também sofre, na esperança de que seja breve o processo. Logo a criação de um órgão municipal, onde ofereça inclusão social no meio em que estas crianças e adolescentes vivem, fornecendo projetos como música, dança, teatro, informática, seria uma ótima forma de melhorar na qualidade de vida deles. E também, deve-se haver uma reforma na política de adoção onde a lei seja mais eficaz e lépida, correspondendo a um processo menos burocrático.