Branco. Recém- nascido. Loiro. Olho azul. São essas as características que pais, com a intenção de adotar um filho, procuram pelos orfanatos do Brasil. Esse cenário é comprovado pelo fato de haver mais pais para adotar do que crianças para serem adotadas – segundo o Conselho Nacional de Justiça. Dessa maneira, esses pais revelam o preconceito enraizado na sociedade, em que as crianças, que precisam de uma família, são julgadas pela sua aparência. Em primeiro lugar, o Brasil possui um sistema de adoção bastante atual, buscando, ao máximo, facilitar o processo adotivo. Contudo, a fila para adoção aumenta a cada dia, devido, principalmente, ao choque entre a opção dos pais e a origem das crianças. Cerca de 1 em cada 4 pais manifestam o interesse por crianças brancas, contrapondo-se com mais de 50% de crianças não brancas que estão esperando por uma família. Além disso, outros processos ilegais, porém mais fáceis, atraem pais com a intenção de adotar um filho. O tráfico de crianças ainda é uma prática recorrente em solo brasileiro, no qual mães muito pobres são influenciadas por criminosos a entregarem seus filhos em troca de dinheiro. Dessa forma, o sonho da adoção das famílias passa – erroneamente – por cima de qualquer moral e ética, alimentando esse mercado criminoso. Fica claro, portanto, que o processo de adoção enfrenta o preconceito e a vontade dos pais em ter um filho, a qualquer custo. É necessário a polícia federal fiscalizar quadrilhas que atuam no tráfico de crianças, monitorando redes sociais e incentivando aos pais a adotar pelos meios legais. Esse incentivo, deve ser feito pela mídia juntamente com o ministério público veiculando propagandas que abram a mente dos pais preconceituosos que enxergam as crianças como mercadoria na vitrine. As crianças merecem amor e atenção da sociedade, e não preconceito e julgamentos.