Título da redação:

Adoção: ferramenta de inclusão ou exclusão?

Proposta: O processo adotivo no Brasil: conquistas e desafios

Redação enviada em 28/05/2018

O processo adotivo no Brasil evoluiu muito durante os anos, mas ainda precisa de melhorias essenciais para ser mais eficiente, já que, infelizmente, este se configura como um sistema exclusivo para muitas crianças e adolescentes. Afinal, é notório que as pessoas dispostas a adotar possuem expectativas sobre a criança, porém, muitas vezes, colocam uma limitação em relação à sua aparência, como se fosse um produto em uma loja. Assim, percebe-se que há uma maior procura por bebês pequenos com, preferencialmente , no máximo 5 anos, brancos e saudáveis. Consequentemente, nota-se a exclusão de jovens e crianças crescidos, negros e portadores de doenças incuráveis, como AIDS, autismo, microcefalia etc. A partir desse quadro, o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) divulgou que para cada criança em adoção, há pelo menos 5 possívels famílias adotivas, mas que não as adotam. Dessa forma, há um grande crescimento de crianças que aguardam a adoção e uma terrível lentidão no processo. Porém, as famílias não são as únicas culpadas. Há uma forte ausência do Governo em políticas de incentivo à adoção indiscriminada, além de uma intensa burocracia que a criança deve passar até entrar no cadastro de adoção, que pode demorar até dois anos, pois é indispensável que os pais biológicos aprovem legalmente, então no caso de crianças abandonadas, a busca pelos pais pode prolongar o processo. Entretanto, ainda que a preferência continue nos grupos citados, o país contou, de acordo com o CNA, com uma mudança e amadurecimento por parte das pessoas que pretendem adotar. Além disso, em Pernambuco, há um excelente projeto chamado "adote um pequeno torcedor", no qual crianças à espera da adoção entraram no campo durante um jogo de futebol de mãos dadas com os jogadores, que estampavam seus nomes nas camisas, com o objetivo de encontrar uma família interessada. Em vista disso, é perceptível a necessidade da existência de programas que estimulem a adoção sem lidar com o adotado como um produto de vitrine. Portanto, a mídia, pode abordar o tema em novelas e anúncios e divulgar as propostas do Governo, que deve ampliar o projeto "adote um pequeno torcedor" para todo o país. Ademais, é imprescindível que o tempo para aderir a criança no sistema de adoção diminua, através da aceleração da busca pelo consentimento dos pais ou parentes biológicos e da imposição de um tempo máximo para isso.