A tecnologia surgiu para facilitar a vida das pessoas e criou novas necessidades que fizeram ascender desafios para a sociedade moderna. A internet, por exemplo, eliminou a barreira da distância, criando uma nova dinâmica de interação entre indivíduos e da transmissão de informações. Mas essa tecnologia também trouxe novos problemas, como dependência e liquidez nas relações sociais. Inicialmente, explorando a área da saúde física e mental, pesquisas mostram que o uso constante de aplicativos e sites de pesquisa para sanar dúvidas, agendas virtuais, etc., faz com que o cérebro exija menos esforço para reter informações, o que acarreta o chamado Efeito Google, prejudicando a memória. Já um problema mais alarmante, surgido há poucas décadas, é a nomofobia, caracterizada pelo medo de ficar sem celular e smartphone. O aumento da renda, preço popular, facilidade de transporte, redes sociais e APPs para entretenimento nos aparelhos, entre outros fatores colaboraram para seu excessivo uso. Aliado a isso, a cada ação prazerosa obtida pelo manuseio do aparelho, dopamina é liberada pelo cérebro, assim, o uso constante pode tornar o usuário viciado. Em segundo lugar, voltado-se para as relações pessoais, a internet colaborou para o surgimento da modernidade líquida, denominação dada pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Para o especialista, é mais fácil criar relações sociais no mundo virtual, pois consegue-se maior visibilidade e é possível se desconectar a qualquer momento, evitando, assim, conversas e pessoas indesejáveis. Como resultado, são criadas cada vez mais pessoas incapazes de manter relações duradouras, voláteis emocionalmente e com poucas habilidades sociais. Como é evidenciado, o uso das tecnologias é uma característica social e cultural inevitável. Mas sua utilização não deve ser em detrimento às relações sociais. A informação sobre os problemas decorrentes do uso excessivo da tecnologia tem sido propagada pela mídia e nas escolas. O que resta é as pessoas aderirem às mudanças de hábito.