Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. Entretanto, ao analisar o uso excessivo da tecnologia pelos brasileiros, verifica-se que esse ideal é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse sentido, convém examinar as principais consequências e possíveis soluções para esse impasse. Primordialmente, é indubitável que aspectos ambientais estejam entre as implicações da contrariedade. Nesse cenário, é importante mencionar que os seres humanos sempre fizeram uso da natureza em benefício próprio, utilizando-a para qualquer feito, seja na produção de fogo ou na fabricação de um celular. Com isso, utilizando técnicas que agridem o meio ambiente, o homo sapiens vem interferindo no equilíbrio de muitos ecossistemas (poluindo ar e água e descartando resíduos tóxicos, são alguns exemplos dessas intervenções) apenas para satisfazer a ignorância e a postura consumista da humanidade. Outrossim, destaca-se imbróglios de ordem social como decorrência da adversidade. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira de pensar e agir dotada de exterioridade, generalidade e coercibilidade. De maneira a se estabelecer divergências com o pensamento do filósofo, o intenso uso dos aparatos modernos gera pessoas que não conseguem sociabilizar com outras por meio do diálogo, uma vez que elas apenas sabem realizar tal ação recorrendo à internet. Ademais, o empecilho pode acarretar o surgimento de indivíduos impacientes, estressados, mal-humorados, individualistas, dentre outros fatores pejorativos ao bem-estar da coletividade. Desse modo, é notório que o demasiado uso da tecnologia pela população necessita de soluções. Portanto, cabe ao Ministério da Educação, por meio da promoção de projetos e reuniões com civis, em escolas e demais locais de acesso ao público, instigar na sociedade um pensamento contrário ao consumismo exacerbado e, consequentemente, ao demasiado proveito das tecnologias, objetivando a mitigação das agressões aos biossistemas. Concerne às famílias, mediante uma boa educação dialética, formar jovens que não sejam presos às novidades tecnológicas, para que eles saibam sociabilizar com outros e possam se desenvolver de forma saudável. Assim, será possível a formação de uma nação na qual a tecnologia não seja uma prioridade, mas sim uma ferramenta para o conhecimento.