O uso massivo da tecnologia tem trazido inúmeros benefícios à sociedade tais como o estreitamento cada vez maior do espaço-tempo entre pessoas e entre estas e informações. Consequentemente, há um acesso a infinitas bases de dados e a possibilidade da conexão de um indivíduo com outro, independentemente de qualquer barreira física que os separe. No entanto, estudos vêm mostrando que a utilização de gadgets em excesso é causa de efeitos negativos em dois importantes campos: saúde e vida social. Sabe-se que o sistema nervoso humano opera com um mecanismo de recompensa, que libera substâncias químicas desencadeadoras do prazer após a realização de atos como alimentação e sexo, essenciais à sobrevivência. Contudo, segundo a pesquisadora da USP Dora Sampaio, hormônios como a dopamina são despejados no organismo também após a conclusão de uma etapa em jogos ou boa acepção de uma foto recém-postada na rede, causando bem-estar. Com isso, tem-se, basicamente, uma dependência do mundo virtual, revelando-se um problema de saúde pública. Como resultado desse vício, homens e mulheres dedicam um tempo muito além do saudável conectados à rede e, por conseguinte, abdicam de tempo que seriam destinados a estudo, atividades físicas, lazer e o contato presencial com seus próximos. Logo, além dos danos ao corpo, flagela-se a vida social de cada um e, por ser mais frequente nos mais novos, estes, na dificuldade em se relacionar, podem se deparar com a depressão e outros males psicológicos. Enfim, diante de uma situação a qual, por ora, afeta mais aos jovens, seus pais e responsáveis, devem observar seu comportamento e orientar para que façam um uso sadio de seus aparelhos eletrônicos. Além disso, tratando-se de algo que recai na saúde pública, órgãos do governo têm sua responsabilidade em criar políticas aplicadas, primordialmente nas escolas, por meio de campanhas e seminários, que visem informar alunos e suas famílias sobre o que é um uso não prejudicial e quais as consequências de seu desvio.