De acordo com a declaração universal dos direitos humanos propostos pela ONU em 1948, cabe a todos os cidadãos a liberdade de escolha. No Brasil, entretanto, essas regalias tornam-se inutilizadas, devido a mecanismos que fazem filtragens nas informações das pessoas nas redes sociais, e acabam moldando sua maneira de pensar, criando assim uma ilusão de liberdade de escolha na sociedade brasileira, que precisa ser modificada. Vale ressaltar, primeiramente, que com impacto das tecnologias e ampliação das redes sociais, tornou-se mais fácil comunicação e acesso à informação. De acordo com o IBGE, cerca de 64,7% das pessoas acima de 10 anos de idade já utilizaram a internet no Brasil, seja para ver vídeos e séries, trocar mensagens, ou ler uma notícia. No entanto, esses serviços digitais passaram a usar algoritmos que fazem uma filtragem nos dados que as pessoas acessam, e cria um universo cheio de gostos do consumidor, eliminando tudo que ele sinalizou não ter interesse. Porém, não é usuário que tem a decisão final, as empresas que controlam esses mecanismos fornecem uma informação filtrada por um algoritmo e ele que decide qual notícia que deve ser lida, ou qual música deve ser escutada. Ademais, as redes massificam o comportamento das pessoas, criando padrões que devem ser seguidos. Segundo Arnold Toynbee, "tornamo-nos deuses da tecnologia, mas permanecemos macacos na vida". Nesse contexto, apesar da ampliação do acesso à internet, o homem ainda está preso a fatores que controlam seus pensamentos, como os "trending topics" do Twitter, que levam as pessoas a acessarem notícias chamativas por serem informações relevantes. Dessa maneira, os usuários irão ver aquela notícia não por interesse próprio, mas pelo fato do sistema padronizar a informação como sendo melhor para ele, demonstrando assim interesses comerciais dessas redes. Portanto, medidas são necessárias para que o usuário tenha liberdade de escolha nas redes sociais e não tenha seu comportamento manipulado. Cabe aos legisladores criarem um projeto de lei que impossibilite empresas privadas de tecnologia usarem mecanismos de filtragem de dados que manipulam os usuários, afim dessas empresas mudarem esses mecanismos, para garantir ao usuário total liberdade para acessar as informações que desejar. E o MEC, pode criar aulas de educação digital para que haja um uso correto das redes sociais e internet, resultando em seres humanos mais críticos.