A Segunda Revolução Industrial usou como aparato para a sua consolidação o modelo de produção fordista, responsável por criar uma produção em série que exaltava a quantidade em detrimento da especificidade. Em contrapartida, a ascensão do capitalismo monopolista com a Terceira Revolução Industrial no século XX , permitiu a substituição do antigo modo por uma técnica que visava uma maior personalização dos produtos de acordo com a demanda de cada cliente, tanto no âmbito material quanto no mundo digital. Dessa maneira, apesar de técnicas como o controle de dados e algoritmos terem beneficiado a vida do consumidor, é indubitável o papel de tais artifícios em manipular a população. Em primeiro plano, a alta dependência tecnológica da sociedade possibilita a efetivação da manipulação dos usuários. Nessa ótica, de acordo com o sociólogo frankfurtiano McLuhan, o processo de globalização permitiu a massificação do uso de redes sociais e tecnologias, o que proporcionou alta integração de nações e pessoas. Dessa forma, a internet tornou-se um grande veículo formador de opinião devido a alta dependência populacional para com a ferramenta. Como consequência, o controle de dados possibilitou também influenciar a população, em que há uma alta deturpação do pensamento crítico, o que gera uma população cada vez mais incapaz de questionar. Em segundo plano, é essencial entender como se dá tal mudança comportamental. Nesse viés, tal como mostra-se na matéria do programa Fantástico, as grandes empresas usam da criação de "bolhas sociais", em que o usuário é restringido, a partir de algoritmos, a pessoas e publicações que se alinham ao seu viés ideológico. Com isso, essas pessoas são submetidas a milhares de postagens diárias que reafirmam suas opiniões, o que proporciona maior intolerância à percepções diversas uma vez que conhecem um único ponto de vista e não usufruem da possibilidade de debates. Portanto, as políticas das redes sociais de controle de dados traz malefícios ao comportamento humano. Nessa esfera, é necessário que as escolas, instituições de grande importância na formação do indivíduo, promovam o debate do tema para que auxilie os alunos a lidarem de maneira saudável com a internet. Para isso, deve-se, por meio de aulas interdisciplinares, ensinar a importância de conhecer visões diferentes e debater a relação contemporânea entre o ser humano e as máquinas. Além disso, é imprescindível que as mídias esclareçam os seus usuários através de propagandas no próprio feed que discutam a forma que tais redes funcionam. A partir de tal medida, será então possível, promulgar o uso consciente pelos usuários.