Em "Admirável Mundo Novo", o escritor Aldous Huxley retratou um futuro distópico em que as pessoas não são controladas pela força ou medo, mas sim pelo prazer de uma sociedade aparentemente livre e perfeita. Décadas se passaram desde a publicação da grande obra de Huxley e, na era da pós-modernidade, torna-se evidente que a manipulação comportamental por meio do controle de dados de usuários na internet fere o direito à liberdade e impõe verdadeiras "bolhas sociais" à muitos indivíduos. Segundo o filósofo francês Voltaire: "É difícil libertar os tolos das correntes que eles veneram". Sob essa óptica iluminista é notável que a elevada interação do brasileiro na internet, aliada à sensação satisfatória de consumir apenas conteúdos gerados por um algoritmo mapeador de preferências, representem um desafio para a criação de um maior senso crítico dos usuários na rede. De fato, ler sua próprias ideias em "postagens" alheias em redes sociais ou receber sua lista personalizada de músicas em aplicativos soa prático e inofensivo. Entretanto, o fato é que verdadeiras "aldeias" de semelhantes são criadas na "web", segregando as diferenças. Além disso, os algoritmos utilizados são literais e, portanto, incapazes de interpretar a complexidade do ser humano por meio de seus códigos programados. No entanto, são utilizados tanto em chamadas de vídeos online quanto em sites de compras, tornando refém o internauta que desconhece seus mecanismos. Dessa forma, as pessoas passam a responder aos estímulos do algoritmo em detrimento da própria liberdade de escolha Fica claro, dessa forma, que o controle de informações de usuários na internet expressa uma seria agressão a liberdade civil. Cabe ao Governo Federal a realização de campanhas através de diversos veículos de informação como Rádio, televisão e a própria internet, que informem da existência desses algoritmos e visem conscientizar o corpo civil de questionar as informações e conteúdos exibidos na "web".