Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Deficit habitacional no Brasil

Redação enviada em 21/08/2018

"Vi ontem um bicho/ na imundície do pátio/ catando comida entre os detritos." Nos versos, anteriormente mencionados, o escritor Manuel Bandeira retrata a situação dos moradores de rua. Fora da literatura, o déficit habitacional é uma realidade no Brasil. Sem dúvida, esse cenário – de brasileiros sem moradia ou em casas inapropriadas – é um reflexo histórico e econômico do país, que vem causando problemas ambientais e sociais. No início de 2018, o prédio Wilton Paiva, em São Paulo, ocupado por moradores de rua, acabou desabando após um incêndio, evidenciando a necessidade de combater tal situação. É importante pontuar, de início, as causas do déficit habitacional no Brasil. Consoante ao poeta Cazuza, “Eu vejo o futuro repetir o passado”, a problemática não é atual, uma vez que o contexto histórico do país de concentração de terras (desde o Período Colonial com as Capitanias Hereditárias) contribuiu para a desigualdade. Outrossim, são questões econômicas do país como, por exemplo, a especulação imobiliária e alto preço de alugueis em regiões centrais, causando dificuldade para brasileiros terem sua moradia de forma apropriada. Diante desse cenário, observa-se diariamente as consequências do déficit habitacional no Brasil. Sem condições financeiras para ocupar os centros urbanos a população mais carente é escoada para os morros gerando o processo de gentrificação, que tem como consequência a favelização e a segregação espacial, como exposto na obra “Capitães de areia” de Jorge Amado, em que o autor faz referência aos meninos de rua de Salvador que são marginalizados . Ademais, com essa ocupação indevida em locais inapropriadas a população sofre com, por exemplo, inundações e deslizamentos, o que afeta diretamente o meio ambiente. Em decorrência disso, medidas são necessárias para combater o impasse. Primeiramente, o Ministério das Cidades deve investir mais recursos no Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, para que aumente o número de casas populares com preços acessíveis para famílias de baixa renda, evitando que essas pessoas vão morar nas ruas e em condições precárias nas favelas. Outra alternativa é a ocupação de prédios abandonadas, entretanto para isso é necessário que o Governo Federal por meio do Programa Especial de Habitação Popular (PEHP) invista em reformas, como aconteceu o edifício Palacete dos Artistas que foi transformado em moradia popular. Além disso, o Ministério da Educação deve criar cursos de qualificação gratuitos destinados aos moradores de rua, para que possam se reinserir no mercado de trabalho e se sustentarem fora das ruas, diminuindo assim a marginalização. Desse modo, a população de rua poderá ter seu número diminuído e viver com dignidade.