A sesmaria - doação de terra feita pelos capitães donatários - iniciaram a desigual distribuição de lotes no país. No que se refere ao problema do deficit habitacional no Brasil, é perceptível que não só os latifúndios nunca inseridos em reforma agrária, mas também a falta de representatividade de grupos de pressão em ambiente parlamentar são alguns dos principais problemas nesta área. Antes de tudo, é necessário entender o porquê de tanta terra em maõs de poucos. Infelizmente, o Brasil sempre foi um país com poder oligárquico. Mesmo quando tornou-se república, em 1889, o poder sempre esteve concentrado em pequenos grupos. Com isso, os herdeiros de sesmarias nunca sentiram-se pressionados a mexerem em suas regalias. Quando, na decáda de 60 do século XX, o presidente João Goulart disse que faria uma reforma de base e, nesta, estava a reforma agrária, sofreu um golpe e teve o sonho cancelado. Além disso, hoje em 2018 ainda há pouca representatividade nas casas legislativas federais de políticos que anseiam fazer a reforma. Segundo o site de notícias G1, as bancadas ruralista e evangélica, mais de 1/4 do parlamento, são contra as justas repartições do território. E, dentro do Estado democrático de direito, não se faz nada sem lei. É necessário, portanto, forças públicas e privadas para diminuirem o deficit habitacional. O Estado, por meio de atos e publicidade pode começar a instalar dentro do corpo social a ideia de que todos merecem moradia digna e que ela só virá com uma reforma. Isso levará a ideia ser aceita e sugerida aos parlametares eleitos. As construtoras privadas poderiam demonstrar os benefícios ecônomicos que mais casas - e por consequências mais cidades - trazem ao PIB (Produto Interno Bruto), o que indiretamente atinge positivamente a todos. Só assim conseguiremos diminuir essa mazela historicamente instalada no país.