No Romance O Cortiço de Aluísio de Azevedo, que foi escrito no século XIX, é retratado o cotidiano de um tipo de habitação problemática presente até o hoje no Brasil. Infelizmente, cortiços e favelas ainda persistem no país, que carece de um maior número de moradias de qualidade. A Urbanização brasileira foi rápida, por causa da industrialização tardia do país, isto é, um número grande de pessoas saiu do campo e foi para a cidade trabalhar em um curto período. Essa rapidez impediu que houvesse um planejamento em moradias e teve como consequência a ocupação indevida de morros, dando origem às favelas, além de habitações de má qualidade, construídas às pressas. Em virtude disso, não apenas os brasileiros pagam um aluguel caro, mas também as famílias necessitam compartilhar a mesma residência por gerações. Isso compromete a qualidade de vida do indivíduo e viola o Artigo 6° da Constituição – que garante o direito à moradia. Haja vista esses problemas, o Programa Minha Casa Minha Vida foi lançado pelo Governo Federal como uma alternativa, porém, o déficit habitacional ainda persiste com 57 milhões de brasileiros vivendo sob condições precárias de acordo com o IBGE. Nesse sentido, o problema é qualitativo além de quantitativo, visto que falta até mesmo saneamento básico em muitas residências. Dessa maneira, é imperativo ao Governo Federal priorizar medidas que diminuam o déficit habitacional brasileiro. O Programa Minha Casa Minha Vida deve receber mais investimento bem como uma rigorosa inspeção de qualidade da construção realizada por instituições como o CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Assim, a realidade de O Cortiço pode se limitar apenas às páginas do livro.