De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI muitas pessoas ainda não dispõe de uma habitação digna. Esse quadro de persistência de moradias em risco é fruto, principalmente, de uma má distribuição de renda. A partir da revolução industrial brasileira, ocorrida, grande parte no governo de Getúlio Vargas e Jucelino Kubischek, houve um grande deslocamento populacional em direção as áreas urbanas. Por consequência, ocorreu o fenômeno da urbanização em massa, nesse sentido, começa uma segregação e periferização social nas grandes cidades. Ao passo que o número de pessoas aumenta em determinado núcleo urbano, a quantidade de moradias torna-se insuficiente. Como resultado, as más condições habitacionais e o número de moradias de risco crescem de forma exponencial. Logo, a marginalização e a precarização habitacional, tornam-se uma realidade para muitas famílias. Assim sendo, fica evidente a desigualdade enraizada de forma descomunal na federação brasileira.Para que o Brasil seja mais articulado como um "corpo biológico" cabe ao Governo através do ministério das cidades, promover obras visando garantir os direitos constitucionais do cidadão, combatendo as desigualdades sociais, transformando as cidades em espaços mais humanizados e ampliando o acesso a moradia. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação”.