Na obra "O Cortiço", o escritor Aluísio Azevedo mostra a realidade vivida em uma habitação coletiva no Rio de Janeiro do século XIX. Hodiernamente e fora da literatura, percebe-se que o déficit habitacional continua sendo um aspecto relevante do país, tornando necessária a análise da problemática e dos entraves quanto à sua solução. Em primeiro lugar, é possível observar que há vários fatores envolvidos na questão. Do ponto de vista das ciências humanas, sabe-se que o Brasil passou por um intenso e desordenado processo de urbanização. Nesse sentido, o acesso à moradia, tanto no que tange ao espaço físico como às condições básicas para se habitar, tornou-se dificultado pelo encarecimento dos aluguéis, decorrente do rápido êxodo rural, e pela falta de acompanhamento do Estado. Ademais, mesmo sendo um direito constitucional, existem muitos obstáculos referentes à resolução do quadro. Nota-se, por exemplo, que a população ainda possui pouca informação sobre práticas de combate ao déficit habitacional. Além de programas famosos como o "Minha casa, minha vida" existem ações como a "Cota de Solidariedade", cujo objetivo é estimular a doação de áreas para a chamada Habitação de Interesse Social. É imprescindível, pois, que as pessoas sejam informadas para que políticas como essa não sejam negligenciadas. Medidas, portanto, são necessárias param mitigar o impasse. Cabe ao Estado, divulgar em suas redes sociais e nos meios de comunicação de massa, como a televisão, medidas já existentes e, muitas vezes, ignoradas, a saber a "Cota de Solidariedade", a fim de que os cidadãos fiquem atentos e sejam capazes de pressionar as autoridades. Assim, realidades históricas como as retratadas no movimento naturalista poderão ficar restritas aos livros.