“Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada”. Analisando a letra de Vinicius de Moraes, fica fácil perceber que, infelizmente, essa é a realidade de milhões de brasileiros que sofrem com péssimas condições de abrigo. Seguindo essa linha de raciocínio, é evidente que o déficit habitacional no país é fruto de migrações internas e da falta de preocupação governamental com o desenvolvimento urbano. Em primeiro plano, é fato que o deslocamento de pessoas para o Sudeste durante o processo da industrialização brasileira que ocorreu no século XX, foi um importante fator que determinou a qualidade de vida das pessoas. Com isso, fica claro que, durante aquela época, a busca por melhores condições de vida causou uma aglomeração em determinados locais, o que aumentou, consequentemente, a competição por emprego. Sendo assim, é visível que o desemprego atrelado a grande densidade populacional está associado as péssimas condições de moradia de muitos indivíduos, como prova disso se tem as favelas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por outro lado, é preciso observar também a falta de ação governamental no que se diz respeito a resolução da problemática. Tendo em vista que a Constituição brasileira admite como direito de cada cidadão o acesso a moradia, é perceptível uma pouca importância dos representantes quando se analisa dados do IBGE que mostram que cerca de 25% da população em 2014 vivia em condições inadequadas. Isso mostra que existe pouco investimento no desenvolvimento urbano que beneficie essa parcela da sociedade. Levando em consideração os argumentos supracitados, é preciso tomar medidas para reverter a situação. Logo, é dever do Governo Federal investir no desenvolvimento industrial em outras regiões do país, para que gere empregos e assim a população fique dispersa no grandioso território nacional. Adjacente a isso, cabe ao Governo Estadual juntamente com o Municipal empregarem as pessoas necessitadas de moradia na construção desses polos industriais, para que dessa forma os indivíduos possam se estabilizar financeiramente e como consequência garantir condições melhores de moradia. Sendo assim feito, o país chegará a um equilíbrio em que os índices de desemprego diminuirá consideravelmente e o déficit habitacional não será mais um problema para a nação.