É evidente que o Brasil tem passado por uma grande crise habitacional. Durante os últimos anos, pôde-se perceber o aumento dos moradores de rua, das favelas e das ocupações urbanas. Tudo isso reflete a ineficiência do Governo em oferecer uma moradia digna à população. Diante disso, é necessária uma solução urgente para esse problema tão relevante na sociedade. A priori, é importante perceber a dimensão da situação. Atualmente, segundo o IBGE, mais de 57 milhões de pessoas vivem de forma precária. Um dos efeitos dessa crise é a ocupação de prédios abandonados e que, muitas vezes, estão com sua estrutura física comprometida. A exemplo disso, tem-se o caso hodierno do desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida em São Paulo que, após um incêndio, ruiu. Os sobreviventes afirmaram que a vida lá era complicada e que não tinham itens básicos, como água e luz. Ademias, lamentavelmente, esse prédio não é exceção, visto que só no centro paulistano há 70 edifícios ocupados com condições iguais ou até piores que o Wilton Paes. Tal tragédia trouxe à tona o descaso do Estado com os menos favorecidos. Além disso, segundo a Constituição Federal em seus artigos 5, 6 e 23, a moradia é um direito social e deve cumprir sua função social, sendo dever da União e dos Estados promover programas para melhorar as condições habitacionais. Porém, na prática, infelizmente isso não acontece. Governos anteriores até tentaram seguir a lei realizando alguns programas, como o minha casa, minha vida e COHAB, contudo sem sucesso, uma vez que o número de famílias em situações precárias só aumentou. Uma solução viável é o Estado direcionar a verba utilizada para construção de casas desses programas não tão eficazes para reformas de prédios e casas já construídas. Além de reduzir o tempo para uma moradia ficar adequada para o uso, reformar algo já existente é menos custoso do que construir do zero. O Brasil, por maior que sejam as crises que esteja passando, é um país cheio de recursos e deve, portanto, utilizar eles da forma mais inteligente e eficaz, a fim de ajudar aqueles que mais precisam.