O problema da maternidade precoce está longe de ser solucionado no Brasil. Embora tenha ocorrido uma redução nos últimos anos, ainda são muitos os casos de adolescentes e até de crianças grávidas no país. Isso é bastante preocupante, tanto do ponto de vista de saúde pública, quanto do ponto de vista social, uma vez que a pouca idade não confere a essas jovens o devido preparo fisiológico e psicológico para encarar a situação. Nesse contexto, é preciso identificar as causas e buscar meios capazes de solucionar a questão. A pobreza e a falta de diálogo entre os pais e os jovens, de ambos os sexos, estão entre os principais motivos do problema. Além deles, há a dificuldade de acesso à educação sexual nas escolas brasileiras. A soma desses fatores contribui para a formação de crianças e adolescentes desinformados, que não têm conhecimento sobre o uso de métodos contraceptivos e sem a menor consciência das consequências que um filho pode ter em suas vidas e nas de seus familiares. Como mencionado anteriormente, a gravidez precoce pode acarretar uma série de complicações de saúde para a mãe e para o bebê, com maior chance do aparecimento de doenças durante a gestação, abortos espontâneos e nascimentos prematuros, por exemplo. Há também consequências de cunho social. A vinda de um filho provoca uma profunda mudança na vida de um casal de adolescentes e de suas famílias, especialmente para a mãe da criança, que, não raramente, se afasta da escola ou da faculdade e, com isso, diminui seu potencial de ter um futuro profissional promissor. Com base no exposto, resta clara a gravidade do problema e que seu enfrentamento deve se dar por meio de medidas complementares vindas de diferentes frentes. Ao governo cabe, por meio do Ministério da Saúde, aumentar a disponibilidade da informação a respeito de métodos contraceptivos através de campanhas nos meios de comunicação abertos. É também atribuição dos poderes públicos incluir, no currículo escolar, conhecimentos referentes ao tema em discussão. Por fim, os pais têm a tarefa de manter uma relação mais aberta com seus filhos, baseada no diálogo, de forma que assuntos como esse não se tornem tabus e que possam orientá-los da melhor maneira possível.