Título da redação:

O Problema da maternidade precoce no Brasil

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 31/10/2016

Em 2007, foi criado no Brasil um plano nacional de conscientização sobre o planejamento familiar, que incluía a distribuição de métodos contraceptivos, o que foi um avanço, pois a partir da organização as famílias poderiam gerir melhor os recursos destinando-os para a criação de seus filhos e, assim, garantindo mais qualidade de vida. Entretanto, ainda há no Brasil a problemática da maternidade precoce, que configura-se como um problema social e de saúde pública. Essa realidade persiste em virtude da falta de educação sexual, que deveria ser dada pela família e pela escola, como também pela falta de preparo do sistema de saúde brasileiro para lidar com o problema. Nesse sentido, a educação é um agente transformador em vários aspectos, o que já foi citado por filósofos como Immanuel Kant, que diz que o indivíduo é aquilo que a educação faz dele. A educação relacionada a sexualidade deve visar conscientizar os jovens de que o sexo é algo que tem que ser feito com responsabilidade, havendo a necessidade da orientação dos pais e das instituições de ensino. O problema é que o tema nesses espaços ainda é pouco desenvolvido e, consequentemente, os jovens têm sua sexualidade reprimida e é por isso que segundo a Organização Mundial de Saúde, (OMS), há mais de um milhão de casos de gravidez na adolescência anualmente, que configuram um problema social porque ocorrem, em sua maioria, nas famílias pobres sem o mínimo planejamento familiar, havendo, assim, a diminuição da qualidade de vida dessa parcela da população. Outrossim, são altos os custos gerados por esse problema para a saúde pública, segundo o Sistema Único de Saúde,(SUS), são aproximadamente 540 milhões de reais anualmente. Esses gastos acontecem em virtude dos riscos que a gravidez precoce oferece para as mães, que muitas vezes não têm nem preparo físico e nem preparo psicológico para conceberem um filho. As futuras mães não recebem qualquer auxílio educacional que lhes ensine os cuidados básicos que deve-se ter com a criança e também não recebem acompanhamento psicológico para evitar males como a depressão pós parto. Além disso, os investimentos em programas de conscientização ainda não têm impacto efetivo, e o acesso aos métodos contraceptivos ainda não é tão difundido em todos os âmbitos da sociedade. Fica claro, portanto, que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação, deve implementar nas instituições de ensino, a partir do ensino médio, o estudo a respeito de sexualidade e conscientização sobre o tema, em que possam ser construídas discussões que fomentem a responsabilidade nos jovens, incentivando-os a ter consciência de que a melhor forma de construir um futuro com qualidade de vida para a família é com planejamento familiar. O Ministério da Saúde deve, em conjunto com a iniciativa privada, mobilizar campanhas utilizando a mídia e as redes sociais, buscando conscientizar os jovens dos problemas que a gravidez precoce pode acarretar, e também deve haver mais investimento no acompanhamento psicológico das gestantes e mais acessibilidade dos métodos contraceptivos para os adolescentes. Por fim, a família tem o papel efetivo na educação sexual dos filhos, por isso os pais devem acompanhar cada vez mais seus filhos, levantando discussões sobre a sexualidade e buscando inteirar os jovens sobre as consequências que atos irresponsáveis podem acarretar.