Título da redação:

Gestação precoce: quando a educação e saúde estão em jogo

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 07/11/2016

Conhecida pelas significativas alterações hormonais e, nas meninas, pelo início dos ciclos menstruais, a adolescência propicia um solo fértil para a imersão em inúmeras atividades, dentre as quais a sexual, cuja função biológica primordial é a concepção de novos indivíduos. Contudo, no Brasil, onde não há políticas de controle de natalidade, a gravidez nesse período ocasiona diversos problemas, haja vista que complicações obstétricas são suscetíveis à mãe e ao recém-nascido, bem como prejuízos econômicos e psicossociais possuem maior chance de ocorrerem. É indubitável que a maternidade na adolescência acarreta à progenitora danos irreparáveis, dentre os quais a maior dificuldade de ascensão no contexto educacional e financeiro. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação, a gravidez é responsável pela evasão escolar de aproximadamente 18% das meninas, embora o mesmo não aconteça no caso dos meninos, dos quais 1,3% abandonam a vida acadêmica pelo mesmo motivo. Dessa forma, um possível crescimento profissional e um maior triunfo econômico dificilmente são alcançados pelas gestantes, uma vez que as suas atenções voltam-se para o sustento do ser em desenvolvimento embrionário. Ademais, são evidentes, na literatura científica, os efeitos negativos da gestação precoce no que se refere às integridades físicas da genetriz e do neonato. Conforme um artigo publicado na Revista Saúde Pública, no ano de 1994, uma mãe com idade entre 10 e 19 anos corre maior risco de mortalidade por complicações de caratér obstétrico, bem como de conceber o rebento prematuramente ou deste desenvolver algum transtorno psíquico na infância. Assim, entende-se que a alta incidência de adolescentes em período gestacional, mais do que um contratempo envolvendo a gestante e seus familiares, trata-se de uma questão de saúde pública, aspecto determinante para a construção de uma nação próspera. Portanto, diante da conjuntura brasileira no que tange à problemática desenvolvida, urge uma intervenção que, a longo prazo, asseguraria à nação tupiniquim uma posição de destaque no contexto da educação e da saúde pública. Tal realização procederia de duas formas: primeiramente, mobilizando, nas escolas de nível fundamental e médio, campanhas que salientam a importância da utilização de métodos contraceptivos eficientes na prevenção de uma gravidez indesejada e, em seguida, entusiasmando a população jovem, por meio dos grandes veículos midiáticos, a aderir ao planejamento familiar, que já foi bastante decisivo ao frear, a partir da década de 1970, a elevada taxa de crescimento vegetativo do país.