Título da redação:

Fim de um ciclo

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 22/10/2016

Para Jean Piaget, psicólogo suíço, a adolescência é um período na qual os indivíduos desenvolvem o pensamento formal, que é a medição das consequências dos atos praticados. No entanto, por se tratar de uma fase transitória as concepções dos indivíduos dessa faixa etária podem parecer confusas. Logo, a imaturidade no aspecto psicológico pode estar entre os pontos a se analisar no crescimento da gravidez precoce na sociedade brasileira atual. É importante ressaltar, de início, que apesar das células germinativas estarem aptas para a fecundação durante a puberdade, a formação biológica dos indivíduos só se dará após os 20 anos de idade. Assim, a gravidez na adolescência é considerada um risco para a mãe pois o corpo não está preparado para conduzir uma gestação. Além disso, por não estar pronto para uma gestação o corpo de uma adolescente pode não dispor do suporte nutricional e anatômico necessário para o bebê. Sendo assim, é um duplo risco, para mãe e para o filho. Nesse contexto, sob a ótica da racionalidade dos adolescentes, diversos aspectos psicossociais podem influenciar. Isso porque, a estrutura da sociedade contemporânea ainda é patriarcal e, dessa maneira, a constituição de uma família pode ser acelerada por um filho. Essa perspectiva é mais comum em classes sociais mais populares na qual a adolescente pode ter a falsa ideia de que a gravidez representará um status. Contudo, nas famílias médias, com mais instrução, a gravidez não é bem aceita, pois valoriza-se a formação profissional antes do casamento. Ademais, a inconsciência do que representa ter e criar um filho é mais um agravante. Se por um lado, as meninas adolescentes, que sofrerão as dores físicas da gravidez, anseiam por constituir família e melhorar sua perspectiva de vida, por outro, os meninos não são responsabilizados de igual maneira, pois o tratamento dado pela sociedade paternalista é sempre mais brando. Aliás, os meninos devem ser tratados com mais afinco, visto que a banalização do sexo e a ingerência educacional da família formam futuros e irresponsáveis pais. Fica nítido, portanto, que a gravidez na adolescência deve ser combatida. Destarte, cabe ao governo distribuir ainda mais métodos contraceptivos no sistema público de saúde e implantar o acompanhamento psicológico dos jovens nas escolas. Além disso, as ONGs e a mídia, devem formular campanhas publicitárias, expondo os riscos da gravidez na adolescência, e organizar programas de discussão sobre o tema na internet. E, por fim, a família deve atuar de forma mais expressiva na educação dos garotos, atribuindo-lhes maior consciência com o feminino e a vida. Só assim, menos crianças precisarão educar outras crianças, finalizando um ciclo de irresponsabilidade.