Título da redação:

Contexto social brasileiro no que concerne à maternidade precoce

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 26/10/2016

Hodiernamente, um dos assuntos mais debatidos na sociedade brasileira é o da maternidade precoce. Conforme a Comissão nacional Especializada em Anticoncepção, isso se tornou um problema de saúde comunitária, causando cerca de 235 mil nascimentos ao ano e várias sequelas físico-psicológicas às mães. Exemplo claro disso é Lina Medina, a mulher mais jovem da história a dar a luz a uma criança (5 anos de idade). Vale destacar que quanto mais cedo a gravidez ocorre, mais risco ela representa ao bem-estar da mãe e do feto. As chances de más formações, doenças cromossômicas e microcefalia quase dobram e as de depressão-pós parto e deslocamento da bacia (no momento do parto) aumenta 75%. Entretanto, é importante lembrar que a maioria dessas maternidades e ― consequentemente ― todos esses malefícios poderiam ser evitados se fossem usados com mais frequência métodos contraceptivos adequados, a citar a pílula anticoncepcional e a camisinha. Comumente, pensa-se que a família da mãe e ela é que devem cuidar e criar do recém nascido, dissociando-se desse contexto o pai. No entanto, tal pensamento se configura como muito machista, cabendo a ambos os progenitores assumir a criança. Contudo, é inegável que a figura feminina é a mais prejudicada, pois, além de ter uma maior dificuldade em entrar no mercado de trabalho ― em função do preconceito ― vê o prosseguimento ou início de sua carreira profissional atrasado. Em suma, infere-se que a gestação precoce é sim uma vicissitude social no Brasil, cabendo ao Estado, às instituições e à população pensar em políticas para evitar seu acontecimento. O Governo poderia intensificar as propagandas dos benefícios dos métodos contraceptivos e massificar a distribuição gratuita de camisinhas, visando diminuir as gravidezes indesejadas. Já as empresas e contratantes poderiam fornecer um acompanhamento contínuo pós-parto (com psicólogos e aconselhantes) e um tempo de licença maternidade mais estendido, com o objetivo de investir na produtividade futura do funcionário. Porém, indubitavelmente, é vital que ocorra a construção desde cedo de uma consciência coletiva acerca dos problemas que uma maternidade impensada pode acarretar, em casa, com aconselhamento e bons exemplos, e na escola, com um ensino mais social, interativo e contemporâneo.