Durante o processo de formação do Estado brasileiro, do século XVII ao século XXI, a problemática da maternidade precoce vem tomando força. Sendo assim, observa-se que os números indicam um crescimento na quantidade de meninas que se tornam mães antes do pleno desenvolvimento do corpo, algo que ocorre por volta dos 20 anos de idade. Esse paradigma persiste intrinsecamente interpenetrada na sociedade brasileira como produto da ingressão prematura dos jovens na vida sexual e pela falta de conhecimento acerca da complexidade do processo de gravidez. Em uma primeira análise, a entrada dos jovens cada vez mais prematura na vida sexual pode ser apontada como uma causa do problema. A imaturidade juvenil, atrelada à alta carga hormonal, faz com que, muita das vezes, as consequências desse ato sejam esquecidas ou simplesmente ignoradas. Segundo o cirurgião pediatra, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Dr. Robert Ford, a gravidez antes do corpo da mulher estar completamente desenvolvido pode acarretar em complicações tanto para o bebê quanto para a mulher. Dessa forma, a mentalidade juvenil ao construir a problemática, alicerça uma sociedade interpenetrada na cultura do imediatismo que ignora as consequências de seus atos. Ademais, em segundo plano, a falta de conhecimento a cerca da complexidade do processo de gravidez é um fator de intenso agravamento da gravidez prematura, uma vez que seus riscos não são entendidos. Essa motivação pode ser explicada pelos diversos fatores e dificuldades que uma grávida enfrenta, desde enjoos e náuseas até as extremas dores do parto, fatores esses que certamente são repulsivos para a maioria dos jovens. Nesse contexto, Dr. Ford ainda ressalta que as dificuldades não são restritas somente à gestação, uma vez que o processo de criação de uma criança também é demasiadamente complexo para pessoas inexperientes. A imaturidade juvenil, em paralelo com ao desconhecimento sobre o processo de gestação e criação de uma criança, portanto, consubstanciam o problema. É indubitável a importância da intervenção do Ministério da Educação, com a elaboração e circulação de cartilhas informando sobre a gravidez e seus riscos. É importante ressaltar que a mídia, em conjunto com a sociedade, podem auxiliar na mudança de mentalidade dos jovens com o uso de marketing extensivo direcionado a esse público incentivando o uso de preservativos. Não se pode esquecer que, uma vez instaurado o problema, é dever do Ministério da Saúde cuidar e acompanhar desses jovens durante e após a gestação e só assim poderemos superar o problema da maternidade precoce.