Título da redação:

A Concepção Prematura

Tema de redação: O problema da maternidade precoce no Brasil

Redação enviada em 22/10/2016

O desenvolvimento econômico proporcionado pelo capitalismo industrial, além de transformar profundamente a organização da sociedade, alterou o ciclo de vida dos indivíduos. Uma das influentes mudanças na vida de pessoas do sexo feminino, se não a mais relevante, foi a relação do casamento e do gravidez. Em períodos passados, era comum e recomendável socialmente que a mulher se casasse cedo, por volta dos 16 anos, para em sequência procriar. Na sociedade atual, de forma contrária, ocorre a tendência de postergar o casamento, e tardar a primeira gestação. Contudo, particularmente em países não desenvolvidos, como o Brasil, são comuns os casos de gravidez precoce, especialmente em meninas de baixa renda. A gravidez, i.e., a concepção de um novo ser humano, é um dos momentos mais belos da vida. Esta situação, porém, quando ocorre em um momento indesejado, tende a ser extremamente desgastante para a mãe e o pai. A ocorrência de uma gestação na adolescência costuma inibir o desenvolvimento profissional dos jovens, especialmente da mãe, que recebe uma responsabilidade acima de sua capacidade física e mental. Concomitante a isso, são comuns os casos de pais que abandonam os bebês sobre total responsabilidade das mães, o que, consequentemente, transforma totalmente os planos de vida construídos pelas meninas. O abandono torna-se pior ao considerarmos que a maior parte das gravidezes precoces no Brasil ocorre majoritariamente na classe de baixa renda, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde. A mesma instituição aponta que ocorrem aproximadamente 1 milhão de gravidezes precoces/ano no país, o que corresponde a um elevado número de bebês que nascerão em um lar possivelmente pouco estruturado. A situação é agravada ao considerarmos que o Estado não cumpre eficientemente sua função de provedor de saúde, trazendo atendimento constantemente precário, verbi gratia, a jovem que morreu após esperar 17 horas para ser atendida em função do trabalho de parto, no interior de São Paulo. Ao analisar os fatos, torna-se necessária, por conseguinte, a ação do Estado e da sociedade para a correção deste impasse. O Legislativo deve trazer em pauta a discussão, apesar do assunto ainda ser um tabu, sobre a legalização de aborto em casos de gravidez precoce, apresentando as mudanças positivas e negativas que isso pode trazer, como já analisado em diversos países. É função do Ministério da Saúde aprimorar os sistemas de saúde, especialmente ao se tratar da gestação, que é um período de frágil saúde do bebê e da mulher. Por fim, é papel dos pais aconselharem seus filhos (as) sobre como agir em relação a vida sexual e como se prevenir, para que ocorra a redução dos casos de gravidezes precoces.